Disfunção eréctil: 70% causada por outras doenças

Sessenta a 70 por cento dos casos de disfunção eréctil são causados por doenças como obesidade, diabetes, hipertensão ou colesterol alto, segundo dados revelados hoje em Lisboa no 10º Congresso da Sociedade Europeia de Medicina Sexual, escreve a Lusa.

152 milhões de homens sofrem a com disfunção eréctil: apenas 15 a 20 por cento procura ajuda

Actualmente, e segundo dados apresentados no congresso, deverão existir 152 milhões de homens em todo o mundo com disfunção eréctil, dos quais apenas 15 a 20 por cento procuram ajuda clínica. Do total de casos actuais, 16 por cento correspondem a homens entre os 20 e os 75 anos.

As mesmas estimativas indicam ainda que dentro de 18 anos o número de casos de disfunção atinja os 322 milhões.

Os especialistas presentes no congresso sublinharam a necessidade de mais campanhas de sensibilização para que os homens procurem ajuda e conheçam as soluções disponíveis. Foram ainda recomendados diagnósticos e terapêuticas que englobem os vários condicionantes da disfunção eréctil e que os médicos averigúem sempre eventuais causas orgânicas do problema.

«Excessiva publicidade» alarga erradamente leque de consumidores de fármacos para tratar impotência

No entanto, uma «excessiva publicidade», como aconteceu num reality show de uma televisão portuguesa, ou um «eventual rigor das farmácias», têm alargado erradamente o leque de consumidores dos fármacos para tratar a impotência, segundo o urologista Avelino Fraga.

Em declarações à Agência Lusa, o especialista garantiu que «felizmente não há muitos casos reportados de jovens com um desempenho sexual normal a consumir fármacos para o aumentar, mas existem e chegam às urgências dos hospitais».

Em última análise, estes jovens que tomam medicamentos sujeitos a orientação e receita médicas correm o risco de ficar impotentes, já que uma erecção de mais de quatro horas é uma urgência médica devido ao excesso de sangue que flúi ao pénis, explicou.

«Com o consumo excessivo de álcool ou de qualquer tipo de droga, há uma grande euforia, mas um desempenho sexual pequeno e os jovens procuram os fármacos para aumentar a sua performance, mas é um erro fazê-lo», disse o especialista.

«Uma toma destes fármacos entre jovens é como doping»

Sem uma receita médica, as farmácias só devem vender estes medicamentos a pacientes que já conhecem e que já os costumam tomar sob orientação do médico, de outra forma «será pouco aconselhável», alertou. «Uma toma destes fármacos entre jovens é como doping», resumiu.

A disfunção eréctil é diagnosticada a homens que têm erecções insuficientes para manter uma relação sexual ou total incapacidade de ter uma erecção.