Polícias prometem protestos «à altura da gravidade da situação» - TVI

Polícias prometem protestos «à altura da gravidade da situação»

Manifestação de polícias junto ao Parlamento (ANDRE KOSTERS/LUSA)

Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia anunciou novas ações

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O presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP), Paulo Rodrigues, anunciou esta quarta-feira, no Funchal, que os polícias vão realizar ações de protesto contra as medidas do Governo, prometendo uma «resposta à altura da gravidade da situação».

«Não podemos desenvolver algumas ações, nomeadamente a greve, porque é ilegal, mas iremos dar uma resposta à altura da gravidade da situação», afirmou Paulo Rodrigues, depois de uma visita às esquadras da ilha da Madeira, que culminou numa reunião com o comandante regional da PSP.

Paulo Rodrigues, que defendeu a união e coesão dos profissionais da PSP para «responder» às medidas que o Governo quer impor à corporação, que «reduzem o seu vencimento, mas também os seus direitos», salientou que aquelas «podem comprometer a estabilidade da instituição PSP e da qualidade de serviço» que presta.

A 29 de maio, num encontro nacional, a Comissão Coordenadora Permanente dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança aprovou a realização de uma semana de luta, inicialmente prevista para setembro, em que cada estrutura sindical vai organizar o seu próprio protesto.

Hoje, Paulo Rodrigues, também secretário nacional da estrutura que congrega os sindicatos do setor, admitiu a antecipação da semana de luta que visa demonstrar, «na prática, como será a polícia do futuro se estas medidas forem impostas à polícia».

O aumento da idade da pré-reforma dos polícias, a subida das contribuições para os subsistemas de saúde, o aumento do horário de trabalho da função pública das 35 para as 40 horas semanais e alterações ao modelo de atribuição dos suplementos são algumas das medidas de austeridade contestadas pelas associações de profissionais.

«Se estas medidas forem impostas à polícia, vamos ter uma polícia no futuro sem dinâmica, sem motivação, sem proatividade e envelhecida», alertou, considerando que «isto representa uma polícia quase parada».

Notando que «não tem sido atendida a especificidade da missão da PSP», Paulo Rodrigues advertiu ainda que as medidas «podem pôr em causa o funcionamento da instituição, a segurança pública, o que é uma irresponsabilidade».

Hoje, o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, esteve reunido com representantes dos sindicatos profissionais da PSP e das associações profissionais da GNR para lhes transmitir que a comparticipação para os subsistemas de saúde destas duas forças de segurança vai aumentar um por cento até 2014.

Sobre a reunião no Comando Regional da PSP, Paulo Rodrigues disse que foi abordada a sua especificidade, considerando que tem «de haver uma maior atenção por parte do Governo da República, para suprir algumas dificuldades», como «a falta de efetivo, a falta de condições das esquadras e a falta, também, de algumas viaturas».

Para Paulo Rodrigues, estas situações criam «constrangimentos na resposta que a própria polícia dá às necessidades», garantindo que as vai transmitir ao Governo para que o Comando Regional tenha meios «para trabalhar devidamente».
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