Casa Pia: veja o que mudou na vida dos arguidos - TVI

Casa Pia: veja o que mudou na vida dos arguidos

  • Portugal Diário
  • 25 nov 2006, 10:14

Todos sentem falta de viajar, menos Bibi. Saiba como vivem os arguidos e que esperam do futuro

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Dois anos após o início do julgamento Carlos Silvino, saiu da prisão, mas vive rodeado de seguranças. Carlos Cruz, Manuel Abrantes e Ferreira Diniz confessam ter saudades de viajar e Hugo Marçal ocupa os tempos livres a jogar xadrez.

«Tenho muitas saudades de viajar, mas viajo todos os dias até ao meu passado para não perder o orgulho em tudo o que fiz», disse à agência Lusa Carlos Cruz. Se pudesse viajar o ex-apresentador iria visitar a filha Marta e a neta ao Brasil, com «escala num sítio qualquer para estar uns dias a sós com a mulher e a filha Mariana».

Também o advogado e arguido Hugo Marçal tem saudades de viajar e, quando questionado sobre uma próxima viagem que gostasse de fazer, ironizou: «Ao Brasil, só com bilhete de ida». «Estou numa situação de insolvência. Não sei como vou gerir esta questão no futuro», declarou à Lusa, revelando que vendeu a casa de praia que possuía em Mira e o carro logo que foi detido, em princípios de 2003.

Quanto aos tempos livres «bebo uns copos com os amigos, jogo xadrez, trabalho sobre o processo, navego na Internet e procuro estar com a família e amigos num convívio são e autêntico».

Também Ferreira Diniz tem «muitas» saudades de viajar e, quando convidado a idealizar um destino de férias, aponta: «Para longe de locais onde ouvisse falar em tribunais».

Vivendo de uma reforma, o ex-provedor adjunto da Casa Pia Manuel Abrantes é outro arguido com saudades de viajar. Mas sempre que pode não deixa de ir, nos tempos livres, a «exposições, espectáculos e cinema».

Mas a vida mais monótona é talvez a de Carlos Silvino, que segundo o seu advogado, José Maria Martins, teve a vida transformada num «suplício tremendo» nos últimos anos. «Tem pouca vida social e devia ter vida social, porque há que reabilitar este homem, há que ajudá-lo a acabar com os traumas que tem, ajudá-lo inclusivamente a viver feliz os restantes anos da vida dele», relatou à Lusa José Maria Martins.

À falta de vida social Carlos Silvino vive com sérias dificuldades financeiras. Tem uma pensão de 460 euros, da qual paga renda, alimentação, medicamentos, água, luz e tudo o resto, revela o seu advogado.

O único arguido a trabalhar é o médico Ferreira Diniz que atende os seus doentes às terças-feiras (único dia da semana em que não há julgamento), bem como aos sábados e domingos.

Em matéria de actividade profissional e obtenção de rendimentos, Carlos Cruz salienta que praticamente não ganha a vida, pelo que "uma hipoteca, a venda de alguns quadros, os rendimentos da mulher (Raquel) e a solidariedade amigos" são os troncos da sua jangada.

O embaixador Jorge Ritto escusou-se a responder a todas as perguntas que lhe foram formuladas, mas sintetizou que, com este processo e volvidos dois anos de julgamento, se há algo a aprender é que a vida de uma pessoa pode ser surpreendentemente voltada e revoltada».
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