Pesca: compradores de peixe estão apreensivos - TVI

Pesca: compradores de peixe estão apreensivos

Lota de Peniche (Foto: MARIO CALDEIRA/LUSA)

Prolongamento da greve poderá fazer aumentar os preços

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Os compradores na lota de Peniche estão apreensivos quanto às consequências da paralisação de armadores e pescadores a partir de dia 30, caso a paragem se venha a prolongar por muito tempo, escreve a agência Lusa.

«Por um dia a greve não me afecta. Aos grandes compradores não será um dia que nos vai prejudicar muito pois haverá peixe armazenado, peixe vindo de Espanha ou de viveiros», explicou Nuno Anastácio, um dos maiores compradores da lota de Peniche.

«Vou-me limitar a respeitar a greve mas se pararem por muito tempo será mau pois a maior parte do peixe vem de Peniche e se não entregar peixe não ganho», disse, por seu lado, Paulo Silvério que abastece o grupo Auchan.

À lota de Peniche acorrem diariamente cerca de 200 comerciantes, muitos dos quais vendem o pescado para grandes superfícies, informou José Paulino, chefe da área de exploração da lota. Diariamente são comercializados, em média, 100 mil euros de pescado.

Os maiores compradores afirmaram ainda que a sua maior preocupação actual foi o facto de o governo ter aumentado uma comissão de três para cinco por cento. «A associação dos compradores também já pediu uma reunião com o ministro pois este é um grande aumento. Em quatro milhões de euros significa que deixo para o Estado 80 mil euros e com esse dinheiro posso contratar mais umas 12 pessoas», exemplificou Nuno Anastácio.

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Mais preocupados com o efeito da paralisação estão também os pequenos comerciantes que vão apenas dois ou três dias à lota comprar peixe. «É um prejuízo e não é pouco. Se não houver peixe não podemos comprar nem vender», disse Emília Tomás que vem da Marinha Grande a Peniche.

Carlos Mendes é vendedor a retalho de Ourém e também vem em média duas a três vezes por semana a Peniche abastecer-se e disse que «se não houver peixe fresco venderá peixe congelado». «Compreendo a greve mas se for por muito tempo os preços poderão aumentar», acrescentou.

O presidente dos armadores de Peniche, Humberto Jorge, disse que se a paralisação ocorrer só na sexta-feira «não quer dizer que segunda-feira não haja peixe». «Se tivermos um dia parados não terá um grande impacto, o peixe não vai faltar. O que poderá aumentar é o preço», disse.
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