Estudantes do secundário saem à rua - TVI

Estudantes do secundário saem à rua

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Reivindicam o fim dos exames nacionais, a alteração do regime de faltas e a implementação efectiva da educação sexual nas escolas

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Estudantes do secundário de todo o país juntaram-se esta segunda-feira de manhã em várias zonas do país. No Porto, como é habitual, fizeram-no junto ao edifício da câmara municipal, para reivindicar o fim dos exames nacionais, a alteração do regime de faltas e a implementação efectiva da educação sexual nas escolas.

No dia do estudante a Delegação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Secundário e Básico (DNAEESB), convocou a saída dos estudantes à rua para que se acabem com as «agressões que temos sofrido ultimamente», afirma Bruno Monteiro, presidente da associação de estudantes da escola secundária Fontes Pereira de Melo, no Porto.

Os cerca de 40 estudantes que se manifestaram insurgiram-se «contra um maior poder do ministério da educação nas escolas» e a favor «do final dos exames nacionais». Defendem também «a educação sexual nas escolas que já está há muitos anos na lei e ainda não se cumpre». Os estudantes pedem «apenas que se cumpra a lei».

Quanto à fraca afluência Bruno Monteiro justifica-a como sendo um resultado directo do regime de faltas em vigor. «O fraco número de estudantes que temos aqui hoje representa isso mesmo. Vieram ter comigo a dizer que estão solidários connosco mas não puderam estar aqui hoje porque estão em risco de reprovar por faltas porque o novo estatuto assim o quer»

Os alunos que ultrapassem o limite de faltas justificadas ou injustificadas têm que fazer um exame de recuperação como aconteceu ao estudante. «Eu estive doente e tive que fazer provas de recuperação de matéria que nunca tinha dado na vida e não tenho culpa por ter ficado doente».

Diferenças no estatuto

«Se antigamente nós justificávamos as faltas e passávamos, agora, mesmo que se justifique, a partir de um certo número o conselho de turma poderá decidir fazer uma prova de recuperação que é o que está na lei», explica.

O aluno considera que «se o estatuto anterior era mau este é ainda pior, a nível de faltas e a nível de medidas sancionatórias. O director pode dizer que aquele aluno vai para casa um certo número de dias sem sequer consultar o conselho de turma. Se até agora era obrigatório consultar o conselho de turma, o director pode agora determinar sozinho o que acontecerá ao aluno».

Exames nacionais

Uma das preocupações dos alunos é o regime de avaliação por exame nacional. Este exame «segundo o ministério da educação é uma prova que coloca os alunos todos ao mesmo nível para dar a mesma oportunidade e as mesmas condições, mas isso não é verdade porque há várias realidades no país e em diferentes escolas. Colocar alunos em condições completamente diferentes a resolver a mesma prova é injusto». O manifestante considera que esta «não é forma de colocar todos ao mesmo nível».

Aquilo que pedem é uma avaliação apenas por avaliação contínua porque «se o sistema é contínuo como o que dizem que é, no secundário, em três anos, como é que vamos ser avaliados em apenas 90 minutos por conhecimentos dados nos três anos?»

Os estudantes reivindicam ainda «um maior investimento, maior interesse e melhor adaptação dos programas curriculares adaptados a cada realidade».

Os manifestantes seguiram depois para Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), acompanhados por um corpo policial de 20 agentes da PSP, onde entregariam uma carta com as suas reivindicações.
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