Ramos-Horta preparava eleições antecipadas - TVI

Ramos-Horta preparava eleições antecipadas

  • Portugal Diário
  • José Sousa Dias (Agência Lusa)
  • 19 fev 2008, 07:16
Ramos Horta, presidente timorense - Foto Lusa

Mário Carrascalão revela que o cenário estava a ser discutido entre os principais partidos políticos

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O cenário de eleições antecipadas em Timor-Leste estava a ser discutido pelos principais partidos políticos com Ramos-Horta, antes do duplo atentado de 11 deste mês, disse à Lusa o líder do Partido Social Democrata (PSD) timorense.

Mário Carrascalão, que está em Lisboa praticamente desde o dia dos atentados ao Presidente e ao primeiro-ministro timorenses, José Ramos-Horta e Xanana Gusmão, adiantou que o assunto foi analisado numa reunião ocorrida a 7 de Fevereiro na residência do chefe de Estado com as principais forças partidárias do país.

No entanto, disse Mário Carrascalão, o encontro acabou por tornar-se inconclusivo e deveria ser seguido por mais «duas ou três reuniões» para tentar obter um consenso, mas o duplo atentado, perpetrado quatro dias mais tarde, acabaria por as inviabilizar.

Segundo o líder do PSD timorense, a reunião foi precipitada por uma carta enviada pelo secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, ao secretário-geral das Nações Unidas, em que o antigo primeiro-ministro timorense pedia a Ban Ki-moon que pressionasse Ramos-Horta a antecipar eleições gerais.

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«Ramos-Horta disse-me que, quando viu o conteúdo da carta (de Alkatiri a Ban Ki-moon), foi encontrar-se com o (Francisco) Lu Olo (Guterres, presidente da Fretilin) para falarem sobre a forma como levar isso para diante», afirmou Carrascalão, dando conta de uma conversa que manteve com o Presidente timorense na residência da sua irmã Gabriela, na noite de Natal de 2007.

O líder do PSD adiantou à Lusa que, nessa «conversa», Ramos-Horta lhe disse que Alkatiri estava a «insistir muito» para antecipar as eleições presidenciais e legislativas para 2009.

O chefe de Estado, recordou Mário Carrascalão, «disse que eleições antecipadas só com duas condições: uma, que o Presidente também seja eleito de novo, e, outra, que todos os partidos concordem.» Ramos-Horta, adiantou o líder do PSD, não se recandidataria ao cargo.
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