Vencedora de olímpiadas desfaz «ideia feita» - TVI

Vencedora de olímpiadas desfaz «ideia feita»

  • Portugal Diário
  • MM
  • 17 mar 2008, 16:47
Eloísa Rebelo Grifo Pires, vencedora das Olimpíadas de Matemática (Foto Lusa - Paulo Cunha)

Eloísa Pires já venceu prémios em matemática e em português

Relacionados
Ser bom a matemática e fraco a português ou dizer que a matemática é difícil e aborrecida são ideias feitas que é preciso eliminar, considera a estudante Eloísa Pires, vencedora de prémios nacionais nas duas disciplinas, citada pela Lusa.

Aluna do 12º ano na Escola Secundária Domingos Sequeira, em Leiria, Eloísa Rebelo Grifo Pires recebeu no passado fim-de-semana uma medalha de ouro nas XXVI Olimpíadas Portuguesas de Matemática, quando em 2007 tinha conquistado o primeiro lugar na categoria de 15 a 18 anos do Campeonato Nacional da Língua Portuguesa.

«É muito importante desfazer ideias feitas. Não sou um caso único que gosta do português e da matemática. Talvez eu goste um pouco mais», confessou a estudante, frisando que também encontra entre outros vencedores de olimpíadas de matemática quem seja bom na língua portuguesa.

Educação: avaliação «sem stresse»

Três horas para exame de matemática

No entanto, Eloísa Pires será um caso invulgar. Quando teve de decidir sobre o seu futuro na universidade, hesitou entre as literaturas modernas e a matemática, de que diz ter descoberto que gostava apenas quando já frequentava o 8º ano e foi apurada para a final das olimpíadas, onde conquistou uma medalha de bronze, em 2003.

«Se não tivesse ido à final das olimpíadas no 8º ano talvez não estivesse hoje a falar consigo e estivesse num curso de letras», afirmou a estudante, salientando que foi do contacto com outros participantes, que lhe revelaram outras dimensões dessa disciplina, que se apercebeu de que «gostava muito e que tinha algum jeito» para a matemática.

No 10º ano chegou a pôr de lado a matemática e a optar pelas línguas e literaturas modernas, mas «o apelo acabou por ser mais forte» e decidiu repetir o ano para optar pela variante onde se inserisse a disciplina.

Considera que ganhar umas olimpíadas é o resultado de vários anos de trabalho, mas «primeiro é preciso gostar», porque «não chega ser inteligente e esforçar-se».

A matemática hoje é tão importante no seu dia-a-dia que até preenche os seus momentos de lazer. Diz que pode estar a jantar ou a conversar e, simultaneamente, estar a pensar num problema matemático e na sua solução.

«É como jogar um jogo de computador, embora também goste de jogos de computadores. Ou como um desportista que gosta de desporto e corre ¿X¿ quilómetros por dia. Às vezes junto-me com amigos e resolvemos problemas matemáticos em conjunto», revela.
Continue a ler esta notícia

Relacionados