Baixa de Lisboa alagada: carros submersos e edifícios inundados

O mau tempo que se faz sentir em todo o país levou a Protecção Civil a estender o alerta amarelo a todos os distritos até às 20:00 de domingo. Parte da baixa de Lisboa ficou completamente alagada devido à chuva, que caiu com grande intensidade. Carros ficaram quase submersos e estabelecimentos totalmente inundados.

Pela Rua das Portas de Santo Antão, onde fica o Coliseu de Lisboa, corre um verdadeiro rio de água turva, que arrasta cadeiras das esplanadas e caixotes do lixo até ao Largo de São Domingos, junto à Praça do Rossio, constatou a Lusa no local. Vários comerciantes e empregados de restaurantes tentaram retirar a água dos estabelecimentos e salvar mesas e cadeiras.

O fim da Rua das Portas de Santo Antão, junto ao Largo de São Domingos, acumula a maior parte da chuva, havendo alguns automóveis com água até metade da sua altura.

O Terreiro do Paço está completamente inundado confirmou fonte dos bombeiros à Lusa. A rua entre o teatro D. Maria e a zona da baixa também está inundada e com o trânsito cortado. No Teatro Dona Maria II, o primeiro piso ficou inundado. Nos intervalos da chuva, três empregados tentavam limpar as instalações, um trabalho que vai durar todo o dia.

Marília, empregada de uma loja de artesanato no Palácio da Independência, recorda que a água chegou a ultrapassar o nível da cintura. Enquanto varria, a funcionária olhava em volta para contabilizar os estragos: «São muitos. Ficou tudo a boiar».

A estação de metro do Rossio está fechada e completamente inundada. Também não é possível aceder à estação do Terreiro do Paço através do Cais das Colunas.

A água atingiu cerca de um metro mas, apesar disso, algumas que arriscavam passar a pé. No entanto, a maioria das pessoas permanecia refugiada debaixo de toldos ou em cafés da zona.

« O Rossio é um lago e o trânsito está parado e algumas pessoas estão a tentar inverter a marcha e voltar a subir a avenida de Liberdade», que tem inundados os dois quarteirões na cota mais baixa, afirmou à Lusa uma funcionária da Câmara de Lisboa.

Outro funcionário da autarquia contou à Lusa que o seu automóvel parou no Campo das Cebolas, quando arriscou avançar pela água que chegava ao nível dos motores dos carros.

No Martim Moniz, um «colector de água rebentou» causando novos constrangimentos à circulação, acrescentou outra fonte da autarquia.

Os bombeiros de Lisboa receberam até às 13:00 145 pedidos de ajuda por causa de inundações, disse o vereador da Protecção Civil na Câmara de Lisboa, Manuel Brito. A Baixa, a Praça do Comércio, Santos e Campo Grande foram onde se registaram [hoje] maior incidência de ocorrências

A previsão, com base nas informações do Instituto de Meteorologia (IM) é que a chuva e o vento fortes vão continuar.

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