Lisboa: andaram no Metro em cuecas - TVI

Lisboa: andaram no Metro em cuecas

«No pants» ou no Metro em cuecas

Iniciativa «No pants» causou sensação. Será para os apanhados ou são mesmo loucos?

Será para os «apanhados», para uma campanha publicitária ou saíram de algum manicómio? Estes eram alguns dos comentários que se ouviam no metro de Lisboa enquanto um grupo de jovens, aparentemente sem qualquer relação entre si, despia as calças e ficava em cuecas, noticia a Lusa.

Mas o objectivo desta iniciativa que reuniu cerca de 40 pessoas era apenas provocar reacções, à semelhança de uma outra «No Pants!» [sem calças] que decorreu no metro de Nova Iorque em 2002.

O encontro foi convocado pelo colectivo ImprovLisboa, o mesmo que organizou uma luta de almofadas na Alameda Afonso Henriques e se inspirou no grupo norte-americano ImprovEverywhere, que desde Agosto de 2001 já executou «mais de 80 missões que envolveram centenas de agentes disfarçados».

«Sejam normais!»

Também neste caso foi o «agente Somos» que reuniu o grupo de participantes e lhes explicou como se comportarem para cumprir a missão.

«Não falem com as outras pessoas, nem entre vocês. Sentem-se na carruagem como fariam normalmente. Antes da estação designada para saírem, levantem-se tirem as calças. Se alguém vos perguntar, digam que estão com calor. Não se riam, nem olhem uns para os outros. Não ajam como um grupo», apelou o agente através do megafone. Enfim, «sejam normais!».

E foi com normalidade que entraram no metro do Campo Grande: uns liam, alguns ouviam música e outros brincavam com o telemóvel, enquanto se preparavam para surpreender os desprevenidos passageiros.

Alguns minutos mais tarde, já circulavam nas carruagens alguns passageiros sem calças, perante o espanto generalizado que motivou olhares de soslaio e alguns sorrisos tímidos.

«Se calhar é publicidade ao aquecimento»

Outras pessoas procuravam explicações sobre o que podia estar a acontecer ou abanavam a cabeça como quem diz: «São doidos». Um casal de idosos, indignado com os fotógrafos que acompanharam a iniciativa e disparavam as objectivas, traçava conjecturas: «Se calhar é para explicar que no metro não faz frio. É publicidade ao aquecimento», sugeriu o homem.

«Devem ganhar uns cobres para isto. Ou então é para os «apanhados» ou isso assim. Devíamos era perguntar àquele de que manicómio saiu», comentou a mulher. Indiferentes aos comentários, os participantes encarnavam a personagem, agindo como qualquer outro passageiro.

«Venho sempre porque é divertido»

Jorge foi um dos participantes e veio trajado a rigor, com um fato completo, como se se dirigisse ao trabalho. O estudante, de 23 anos, disse à Lusa que resolveu juntar-se ao grupo porque «não tinha nada para fazer». A expectativa era surpreender as pessoas, de forma «divertida».

Cila, uma designer de 41 anos tinha outras motivações. «Interessa-me a produção destas manifestações espontâneas. Interessa-me a reação das pessoas. Interessa-me também a minha coragem, saber quais são os meus limites»

Para Pedro Augusto, de 19 anos, não foi uma estreia neste tipo de acontecimentos. «Venho sempre porque é divertido. O objectivo é divertir-me e divertir os outros», declarou o estudante de Saúde.
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