A defesa de Hugo Marçal no julgamento Casa Pia pediu esta quinta-feira a sua absolvição, alegando que a verdade por detrás das motivações dos jovens que acusam os arguidos do processo está encerrada nas declarações prestadas em fase de inquérito, noticia a Lusa.
«Mais verdade podia ter sido trazida a esta sala se houvesse acesso a toda a documentação da fase de inquérito», declarou a advogada Sónia Cristóvão no Tribunal de Monsanto, acrescentando, em declarações aos jornalistas à saída, que as motivações «estarão na cabeça dos assistentes e de quem os credibilizou».
A leitura das declarações dos jovens na fase de inquérito foi barrada a pedido do Ministério Público e do advogado que os representa e à Casa Pia.
À «falta de fio condutor e pormenores surrealistas» que apontou às declarações dos jovens que alegam ter sido abusados por Hugo Marçal e pelos outros arguidos neste processo, Sónia Cristóvão contrapôs «os testemunhos da defesa, que não estavam ensaiados nem concertados».
«Para a acusação, só uma prova existe (os testemunhos dos jovens), mas nenhum facto ou dado objectivo a apoia, não há um documento ou um testemunho para além do de Carlos Silvino», o ex-motorista da Casa Pia e principal arguido do processo, que confessou ter abusado dos jovens e implicou os outros arguidos numa suposta rede pedófila que se serviria de alunos da instituição para abusos sexuais.
Em relação à casa de Elvas (onde Marçal reside) para onde os arguidos alegadamente levariam os jovens para serem abusados, Sónia Cristóvão considerou em que não há provas que sustentem que é aquele o sítio onde ocorreriam abusos.
Por que razão os jovens apontaram aquela residência é «um mistério que ficará até que a história confirme que há explicação para isto», disse Hugo Marçal aos jornalistas, também à saída do tribunal.
Elogiando as alegações da sua representante, o também advogado afirmou sentir uma «tranquilidade muito grande por o pesadelo estar a acabar».
Durante as alegações, a defesa de Marçal insistiu em pontos como as particularidades físicas do arguido, afirmando que seriam evidentes para os jovens caso tivessem sido, como alegam, abusados por ele.
Defesa pede absolvição de Hugo Marçal
- Redação
- - LM
- 22 jan 2009, 18:52
Advogada fala em «pormenores surrealistas» apontados pelas vítimas e diz que faltam provas
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