A «guerra económica» dos medicamentos - TVI

A «guerra económica» dos medicamentos

Genéricos: Descida no preço pode agravar factura

Bastonário aponta o dedo principalmente ao monopólio das farmácias

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O bastonário da Ordem dos Médicos afirmou, esta terça-feira, que a troca de medicamentos prescritos pelo médicos por genéricos é uma «guerra económica» que envolve o monopólio das farmácias, os fabricantes dos medicamentos e o Governo.

Pedro Nunes reagia à iniciativa da Associação Nacional de Farmácias (ANF) de substituir nas farmácias os medicamentos receitados pelos médicos por genéricos mais baratos, mesmo contra a vontade dos clínicos.

O Ministério da Saúde garantiu, segunda-feira, que não vai pactuar com esta medida e exigiu à ANF que tome medidas para repor a legalidade.

«A Ordem dos Médicos avisou a opinião pública dos riscos de saúde que isso implica, mas isto é uma guerra económica que tem a ver com o monopólio [das farmácias], a autoridade da concorrência, os fabricantes dos medicamentos e o Governo, que é quem paga a factura», sublinhou à Lusa.

O bastonário da OM alertou ainda que se está «a assistir, essencialmente, à troca de genéricos por genéricos que dão mais interesse à farmácia, em vez de outro genérico de outra marca».

«Estamos a assistir neste momento a uma campanha de desinformação», frisou o bastonário, afirmando que o presidente da ANF, João Cordeiro, «dirige um monopólio que já devia ter sido desfeito».

Pedro Nunes acrescentou que «não se compreende que haja mais de 10 mil farmacêuticos que querem ter uma farmácia e não podem porque há uma reserva de propriedade para mais de 900 comerciantes, alguns dos quais nem farmacêuticos são».

Ordem não vai agir judicialmente

«Isto é uma situação insustentável e que leva o país a ser capturado por alguém que depois determina que naquele seu monopólio só se vende a droga A ou a droga B», sustentou.

Questionado se a OM iria agir judicialmente, Pedro Nunes afirmou que «a Ordem dos Médicos não tem que exercer actividade policial».



«Cada médico que encontre um medicamento que foi substituído tem todo o direito de comunicar ao Ministério Público que se praticou um crime naquele estabelecimento comercial. A Ordem dos Médicos deixa à consciência de cada médico fazer essas participações», explicou. Se os médicos quiserem enviar as participações para a OM, esta remete-as para o Ministério Público, acrescentou.
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