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Porto: um em cada quatro é pobre

  • Portugal Diário
  • 8 fev 2008, 09:47
Porto: um em cada quatro é pobre

Idosos, mães sozinhas e desempregados de longa duração são os mais pobres

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A pobreza atinge entre «25 a 30 por cento» da população do distrito do Porto, de acordo com o levantamento efectuado pelo Bloco de Esquerda (BE) «desde há um ano», nomeadamente, junto de «dezenas de instituições de solidariedade social».

As principais vítimas da pobreza são os idosos, as famílias monoparentais, em que mães sozinhas tomam conta dos filhos, e os desempregados de longa duração.

O BE marcou para esta a noite desta sexta-feira um comício na Junta de Freguesia do Bonfim, no Porto, com a presença de Francisco Louçã, onde irá apresentar não só algumas conclusões desse seu estudo mas também medidas de combate à pobreza no distrito.

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O resultado final do estudo será o lançamento de um Livro Negro da Pobreza no Porto, que os bloquistas pensam poder apresentar «ainda este mês ou no princípio do próximo mês», segundo disse à Agência Lusa o sociólogo e dirigente daquele partido João Teixeira Lopes.

Dados recolhidos pelo BE levam Teixeira Lopes a caracterizar a situação que se vive no distrito do Porto como «verdadeiramente assustadora e alarmante». De uma população de cerca de dois milhões de pessoas, entre meio milhão a 600 mil são pobres.

A taxa de «pobreza relativa» é de 18 por cento a nível nacional, mas no Porto sobe para os «25 a 30 por cento», aponta o BE.

Uma pessoa vive em «pobreza relativa» quando ganha menos de 60 por cento do rendimento médio nacional, o que em Portugal corresponde a 366 euros ou menos por mês.

A causa deste problema são «as políticas económicas e sociais dos últimos três anos». «É o que nos dizem as instituições visitadas», afirma Teixeira Lopes.

O dirigente conta que o Banco Alimentar contra a Fome, «que funciona como instituição pivô no distrito do Porto porque fornece alimentos a quase todas as instituições, não consegue dar resposta» às muitas solicitações que lhe são dirigidas.

«Mais de uma centena dessas instituições encontra-se na lista de espera» daquela conhecida organização, exemplifica Teixeira Lopes.

Outro dado revelador, acrescenta, é que «no distrito se concentram 45 por cento dos beneficiários do rendimento social de inserção, o que mostra bem a incidência da pobreza na região». São cerca de 56 mil famílias que, no Porto, beneficiam dessa ajuda estatal.

O BE declara-se convicto de que esse número só não é porque «na Segurança Social há uma espécie de barreira à entrada de mais beneficiários, por não haver dinheiro».
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