O ministro da Justiça, Alberto Costa, afirmou hoje que 2008 será o ano de o Governo cumprir promessas como o fim do balde higiénico nas prisões, parte de um «plano ambicioso» cujo calendário será anunciado brevemente, refere a Lusa.
Numa visita ao Estabelecimento Prisional do Linhó, Alberto Costa afirmou aos jornalistas que este ano será para «cumprir e saldar compromissos» na reforma das prisões.
O ministro destacou a abertura de concurso para admissão de trezentos novos guardas prisionais, que o Conselho de Ministros já determinou que terão que ter o 12º ano nas habilitações, sinal de «mais qualidade e condições para lidar com condições novas nas prisões, com uma população jovem, urbana e multicultural».
O objectivo é tornar o corpo da guarda prisional «uma verdadeira força de segurança», afirmou, acrescentando que em matéria de segurança nas prisões vai haver experiências com vigilância electrónica.
Alberto Costa afirmou ainda que o Governo vai continuar a fechar as prisões sem condições de funcionamento ou segurança, lembrando que em 2007 foram fechadas sete, equivalentes a 12 por cento das prisões portuguesas em funcionamento.
O ministro afirmou que em breve será anunciado «um conjunto de iniciativas e o calendário» para a sua concretização.
Aos 49 reclusos em regime aberto com que jantou no Linhó, Alberto Costa afirmou que a sua visita se insere num «movimento de comunicação e solidariedade humana», fazendo votos para que «recuperem a liberdade e prossigam uma vida sem crimes».
A visita de Alberto Costa, acompanhado pelo director-geral dos Serviços Prisionais, Rui Sá Gomes foi uma quebra na rotina dos reclusos, que notaram a comida melhorada e o vinho do Porto na recepção à comitiva.
José Carlos, um dos reclusos, foi dos mais solicitados e apresentou a Alberto Costa a vertente de reabilitação que se encoraja dentro do Linhó.
Quadros, azulejos pintados e outras peças de artesanato em exposição na sala de convívio atraíram a atenção da comitiva e da comunicação social, a quem explicou que todos os momentos de tempo livre são dedicados à produção artística.
«Desde miúdo que gostava de desenhar, na primária fartava-me de copiar por cima das bandas desenhadas», afirmou.
Aparte o seu trabalho diário de faxina na prisão, José Carlos afirmou passar todas as horas que pode na «casa do Artesanato» da cadeia, onde tem «acesso a todos os materiais».
O seu talento artístico, que enriqueceu com técnicas aprendidas nas aulas na prisão, já lhe deu até para receber encomendas dos colegas para o Natal passado.
Prisões: balde higiénico acaba este ano
- Portugal Diário
- 4 jan 2008, 23:40
Ministro diz que 2008 é para «saldar compromissos» na reforma das prisões
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