Hipertensão torna portugueses menos felizes - TVI

Hipertensão torna portugueses menos felizes

Nutrição e hipertensão

Doença atinge quase metade dos adultos no país

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Um estudo apresentado este domingo revela que os portugueses hipertensos são menos felizes, quando comparados com cidadãos de outros países onde esta doença não é tão grave, já que em Portugal atinge quase metade dos adultos, noticia a Lusa.

Os dados foram apresentados durante o XXI Congresso Português de Cardiologia, que reuniu mais de 2000 participantes no Centro de Congressos de Lisboa.

O médico Espiga de Macedo, autor do último estudo epidemiológico sobre hipertensão arterial - o qual indica que 46,5 por cento dos portugueses adultos sofrem deste problema -, disse à agência Lusa que o estudo europeu concluiu que existe uma «relação entre o grau de satisfação e o valor da pressão arterial».

De acordo com as conclusões do estudo, a que a Lusa teve acesso, Portugal, Alemanha e Finlândia - países que têm elevados níveis de hipertensão - são os que têm uma menor percentagem de cidadãos muito satisfeitos com as suas vidas, pouco mais de 20 por cento.

No oposto encontram-se países como Irlanda, Dinamarca, Holanda e Suécia, onde quase 50 por cento dos cidadãos afirmam-se muito satisfeitos com as suas vidas e são baixos os níveis de hipertensão.

Para Espiga de Macedo, a hipertensão, como a maioria das doenças crónicas, pode estar associada a um mau estar, «mais que não seja pela noção de que é preciso tomar medicamentos, o que leva as pessoas a sentirem-se mal».

«Não agrada nada às pessoas terem de tomar um ou mais medicamentos por dia», disse.

«Tentação da mesa»

Por outro lado, explicou, a hipertensão exige um modo de vida sem excessos, nomeadamente uma dieta controlada e com pouco sal, o que pode contribuir para alguma dificuldade em dizer que não à boa mesa portuguesa.

«Alguns não conseguem resistir à tentação da mesa», disse, acrescentando que uma boa mesa não tem necessariamente que incluir alimentos prejudiciais à saúde.

Para Espiga de Macedo, os doentes com hipertensão devem seguir uma «receita contra a infelicidade», a qual passa por «encarar as doenças como um estado mais ou menos natural que obriga a uma mudança de vida».

«Há pessoas que usam óculos desde a infância e não é por isso que são menos felizes ou andam deprimidos», sublinhou.

A hipertensão afecta cerca de dois milhões de pessoas em Portugal, embora, destas, apenas metade tenha conhecimento de que tem uma pressão arterial elevada, só um quarto esteja medicada e apenas 16 por cento tenham a doença controlada.
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