OMS recomenda antirretrovirais para evitar transmissão da sida - TVI

OMS recomenda antirretrovirais para evitar transmissão da sida

Dia Mundial da SIDA – Índia

Fármacos diminuem em 96 por cento o risco de contaminação em parceiros não infetados

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A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que as pessoas infetadas com o vírus da sida, com parceiros não infetados, sejam imediatamente tratadas com antirretrovirais, uma vez que estes diminuem em 96 por cento o risco de contaminação.

De acordo com a agência Lusa, a recomendação da (OMS), que será apresentada na XIX Conferência Internacional da Sida em Washington, no próximo domingo, baseia-se nos resultados de um estudo realizado em 2011, em diversos países. A investigação concluiu que os medicamentos utilizados para tratar os doentes infetados com o vírus da imunodeficiência adquirida também contribuem para reduzir a transmissão do vírus da Sida.

«Hoje temos provas de que os mesmos medicamentos que usamos para salvar vidas e manter as pessoas saudáveis também impedem as pessoas de transmitir o vírus e reduzem as hipóteses de o passarem a outras pessoas», disse a diretora-geral da OMS, Margaret Chan.

«Se conseguirmos iniciar e manter mais pessoas no tratamento, reduzindo os seus níveis virais, conseguiremos reduzir o número de novas pessoas infetadas», explicou o diretor do departamento de VIH na OMS, Gottfried Hirnschall.

Segundo a organização, estima-se que cerca de 50 por cento dos seropositivos, que mantêm relações estáveis, tenham parceiros não infetados.

O Ruanda e a Zâmbia já implementaram esta prática e há mais de uma dúzia de outros países que planeiam introduzi-la.

A OMS defende também a alteração das práticas de prevenção da transmissão do VIH de mãe para filho, exemplificando que o Malaui, por exemplo, já fornece ARV a todas as grávidas seropositivas, independentemente do sistema imunitário e prolonga-lhes o tratamento após o parto, o que evita a contaminação dos parceiros.

A organização estima que fornecer ARV a casais serodiscordantes, grávidas e populações de alto risco independente do nível de imunidade aumentaria de 15 para 23 milhões o número de pessoas elegíveis para tratamento nos países de médio e baixo rendimento.

Apesar de reconhecer que isto representa um aumento do custo no imediato, a OMS estima que os benefícios económicos do tratamento antecipado iriam sobrepor-se aos custos num período de 10 anos.

Este benefício económico resulta de uma força de trabalho mais saudável e produtiva e de uma redução dos custos envolvidos no tratamento dos doentes e nas instituições que cuidam dos órfãos da sida.

Nos próximos 12 meses, a OMS vai compilar novas recomendações para o uso de ARV como tratamento e prevenção, documento que fornecerá aos países um guia para que possam fazer um uso mais estratégico daqueles medicamentos.
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