Privados melhorariam serviço de emergência - TVI

Privados melhorariam serviço de emergência

  • Portugal Diário
  • 10 abr 2007, 18:17

ERS alega que transporte urgente de doentes sairia beneficiado

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Um estudo da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) sustenta que o transporte urgente de doentes melhoraria se fosse alargado a entidades privadas ou sem fins lucrativos, além dos bombeiros e do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), noticia a agência Lusa.

«O sistema de transporte urgente de doentes beneficiaria com a sua abertura a todos os operadores, incluindo empresas privadas e entidades sem fins lucrativos», conclui o documento a que a Lusa teve acesso.

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) já havia alertado para a existência de um relatório da ERS sobre o transporte de urgência, classificando as propostas que continha como «absolutamente inaceitáveis».

Em Janeiro, o ministro da Saúde, confrontado com uma manchete do Jornal de Notícias sobre uma eventual privatização do INEM, negou que fosse essa a sua intenção.

Na ocasião, também o presidente da ERS negou que a proposta de privatização do INEM constasse do relatório que uma comissão mandatada pela Entidade estava a desenvolver sobre o transporte de doentes.

Esta terça-feira, contactado pela Lusa, o presidente da LBP, Duarte Caldeira, disse que o despacho da Entidade, datado de 1 de Março, é uma «recomendação só com fundamentação económica», mas considera que «há muitos sectores no Ministério da Saúde que defendem essa solução (entrega do transporte urgente de doentes a entidades privadas) há muito tempo».

Alega ainda o presidente da Liga que aquele tipo de serviço só se torna rentável nas zonas com mais população, pelo que no interior do país seriam os bombeiros a continuar a fazer o transporte urgente de doentes.

«Mas há portugueses de primeira e de segunda?», interroga-se Duarte Caldeira.

Defende que «é preciso racionalizar o sistema», mas opõe-se que a entrega dos transportes de emergência a entidades privadas melhore os serviços prestados à população.

«Não concordamos que se diga que o sistema melhora se for aberto à privatização», acrescentou Duarte Caldeira salienta que todo o país está coberto pela rede de bombeiros, o único concelho sem uma corporação é Castro Marim, no Algarve, e a aposta deve ser na profissionalização do pessoal que tripula as ambulâncias de socorro.

Neste aspecto, diz que a relação do Ministério da Saúde com os bombeiros é «caritativa» e que o seu estatuto de voluntários os transforma numa «solução de mão-de-obra barata».

«Não se investe na formação nem no equipamento» dos bombeiros, mas «isso tem uma razão», que é, na opinião do presidente da Liga, a falta de apoio do Ministério da Saúde às corporações.
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