Portugal perde 100 milhões de euros com genéricos «bloqueados» - TVI

Portugal perde 100 milhões de euros com genéricos «bloqueados»

Genéricos: Descida no preço pode agravar factura

Medicamentos não estão a ser comercializados devido às acções interpostas pela indústria farmacêutica

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A comercialização dos genéricos «bloqueados» nos tribunais administrativos pouparia mais 100 milhões de euros a Portugal, declarou esta quinta-feira a Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos (Apogen).

A entrada de genéricos no mercado mantém-se impedida devido a acções interpostas pela indústria farmacêutica, que contam com mais de 100 acções em tribunal, envolvendo 20 substâncias, recordou Paulo Lilaia, que preside a Apogen.

«Se estes medicamentos genéricos tivessem entrado no mercado o potencial de poupança era superior a 100 milhões de euros. Portugal é o único país de toda a União Europeia onde existe um bloqueio à entrada de genéricos em tribunais. Nos outros países, os tribunais administrativos recusaram-se a interferir neste litígio», lamentou.

Em vésperas da entrada em vigor do novo pacote de medicamento, Paulo Lilaia argumentou ainda que o aumento da quota do mercado de genéricos seria também benéfico para os utentes, uma vez que os produtos mais vendidos em Portugal são cada vez mais caros.

«O preço médio dos produtos mais utilizados aumentou 37 por cento entre 2007 e 2010. Os medicamentos mais utilizados são cada vez medicamentos mais caros. O que é preciso é questionar se têm vantagem terapêutica em relação aos genéricos», sublinha a Apogen

Sobre o novo pacote do medicamento, que entra em vigor na sexta-feira, a associação reconhece que os utentes vão ter mais dificuldades em comprar remédios. A maior penalização será na compra de medicamentos anti-ulceroso, anti-depressivos ou anti-inflamatórios, que terão uma redução na comparticipação estatal, referiu a Apogen.

«O Estado poupa de imediato, mas é bastante penalizador para os utentes», considerou Paulo Lilaia acerca da medida do Governo.

Actualmente, os genéricos representam 18 por cento do mercado português, enquanto a média europeia é superior a 50 por cento.
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