Fátima Felgueiras, «a cabeça do polvo»

O principal denunciante do processo saco azul, Horácio Costa, acusa a presidente da Câmara de Felgueiras, Fátima Felgueiras, de ser «a cabeça do polvo» das alegadas irregularidades em julgamento há ano e meio no tribunal local, noticia a Lusa.

O antigo assessor da autarca, e principal denunciante do caso, considera justa a pena (mínima) de sete anos de prisão efectiva pedida quarta-feira pelo procurador da República para Fátima Felgueiras.

Horácio Costa falava à saída do tribunal após as alegações finais do procurador Pinto Bronze. O Ministério Público (MP) pediu ao Colectivo a condenação da presidente da Câmara de Felgueiras a uma pena de prisão não inferior a sete anos pela prática de 12 crimes.

Pinto Bronze considerou provados em tribunal cinco crimes de participação económica em negócio, dois de abuso de poder, dois de peculato, um de peculato de uso e outro de peculato de uso sob a forma continuada.

Horácio Costa viu confirmada a imputação de dois crimes de participação económica sob a forma de cumplicidade, mas deverá beneficiar de uma atenuação da pena por ter colaborado com a justiça no apuramento da verdade. O procurador pediu para o arguido três meses de prisão convertida em multa.

Horácio Costa disse à Lusa que ficou satisfeito quando ouviu o procurador dizer, durante as alegações finais, que os seus depoimentos devem ser considerados credíveis pelo tribunal, «porque se concluiu em audiência que falou a verdade».

«As minhas declarações foram aqui enunciadas pelo senhor procurador e foram alicerçadas em declarações de prova testemunhal de pessoas que foram arroladas por Fátima Felgueiras, nomeadamente presidentes de junta e presidentes de câmara. Isso para mim é motivo de orgulho», frisou.

Ao mesmo tempo, segundo o arguido, o procurador «sublinhou várias vezes que Fátima Felgueiras não falou a verdade e não merece credibilidade do tribunal».

Horácio Costa disse que está optimista quanto à sua absolvição, porque considera que as acusações que lhe são imputadas não foram sustentadas em audiência.