Novos anti-psicóticos tão perigosos como os antigos - TVI

Novos anti-psicóticos tão perigosos como os antigos

Saúde (arquivo)

Estudo conclui que a toma aumenta para o dobro o perigo de morte súbita

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Os novos medicamentos anti-psicóticos não são mais seguros que os mais antigos no que diz respeito ao risco de morte súbita devido a problemas cardíacos, revela um estudo que aponta o dobro do perigo, refere a Lusa.

Os medicamentos antigos tinham sido associados a um acréscimo do risco de morte por ataque cardíaco, uma vez que o coração perde o seu ritmo normal e não consegue bombear o sangue normalmente.

Os mais velhos e os mais novos anti-psicóticos também revelaram um aumento do risco de morte quando usados para tratar a agitação, a agressividade e os delírios dos idosos doentes com demência.

O novo estudo foi conduzido num grupo muito mais amplo de adultos, com uma idade média de 46 anos e vários problemas psiquiátricos.

Os medicamentos anti-psicóticos foram aprovados para tratar esquizofrenia e a doença bipolar (maníaco-depressiva) mas os médicos podem legalmente prescrevê-los para outras indicações.

O novo e federal estudo é publicado quinta-feira no New England Journal of Medicine.

Os investigadores examinaram os registos do Tennessee Medicaid que incidiram sobre 15 anos, terminados em 2005, abrangendo cerca de 44 mil utilizadores de antigos medicamentos anti-psicóticos como haloperidol e perto de 46 mil utilizadores dos novos fármacos, como Zyprexa e o Risperdal.

Os novos medicamentos têm vindo a substituir largamente os antigos fármacos.

O estudo incluiu ainda 186 mil pessoas que não estavam a tomar anti-psicóticos mas tinham a mesma idade, riscos cardíacos e outras características semelhantes aos que tomam estes fármacos.

Cerca de 1.900 participantes morreram de ataque cardíaco ao longo dos 15 anos estudados. A investigação apurou que a toma dos medicamentos mais antigos ou dos mais recentes duplicaram o risco de morte por ataque cardíaco. Foi apurada uma taxa de três mortes por ano por cada mil doentes.

«Para mim, três mortes por mil doentes é suficientemente frequente. Gostaria de ter levado isso em conta para um membro da família ou um amigo», disse o autor do estudo, Wayne Ray, da Universidade de Vanderbilt em Nashville, Tennessee.

Wayne Ray defendeu que os doentes não devem simplesmente parar de tomar os medicamentos mas devem falar com os seus médicos.

O investigador apurou ainda que as pessoas com esquizofrenia ou psicose não tinham grandes alternativas aos medicamentos anti-psicóticos.

Talvez esses doentes devessem fazer exames ao coração antes de tomar os medicamentos e tomar medidas para reduzir o risco de morte por ataque cardíaco, disse.
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