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Descoberto gene da hipertensão arterial

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Investigação pode abrir a porta a tratamentos mais eficazes contra a doença

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Uma equipa de investigadores americanos descobriu um gene cuja variação está relacionada com a hipertensão arterial, uma descoberta com potencial para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes contra a doença, refere a Lusa.

Segundo os trabalhos publicados segunda-feira, o gene (STK39) produz uma proteína que desempenha um papel no mecanismo renal que regula a quantidade de sódio no organismo.

«Este avanço representa um bom potencial para melhorar a nossa capacidade de desenvolver tratamentos adaptados a cada pessoa, também apelidada de medicina personalizada, que permite combater de uma forma mais eficaz a hipertensão», estima Yen-Pei Christy Chang, Professor de Medicina e Epidemiologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland.

No entanto, o investigador salienta a importância da continuidade das pesquisas nessa área, explicando que a «hipertensão é uma doença muito complexa, em que muitos outros factores genéticos, ambientais e de estilo de vida têm de ser levados em conta».

«O gene STK39 é apenas uma peça importante do quebra-cabeças», acrescenta o cientista, cujo trabalho aparece na edição de segunda-feira dos Anais da Academia Nacional de Ciências Americana.

«Queremos determinar como indivíduos com diferentes variações nesse gene respondem aos diuréticos e a outros tratamentos contra a hipertensão ou a alterações no estilo de vida, como a redução do consumo de sal», explicou Christy Chang.

«Estas informações devem ajudar-nos a encontrar a forma mais eficaz para controlar a pressão arterial de pacientes com hipertensão», disse, frisando que cerca de 20 por cento da população branca é provavelmente portadora da variação genética do STK39.

Comunidade Amish estudada

Os investigadores identificaram a ligação entre a variação do gene STK39 e a hipertensão arterial ao analisarem o ADN de 452 elementos de uma comunidade Amish que vive na Pensilvânia.

Para tal, analisaram ao «scaner» 100 mil marcadores genéticos do genoma, uma nova técnica.

Os cientistas confirmaram a sua descoberta através de testes genéticos que realizaram num outro grupo Amish e quatro outros grupos da população branca dos Estados Unidos e Europa.

Os Amish, uma comunidade religiosa cujos antepassados emigraram da Europa em meados do século XVIII para se instalarem na Pensilvânia, são uma população ideal para a realização desses estudos, pois são geneticamente homogéneos.

Além disso, todos os membros desse grupo partilham a mesma dieta e um estilo de vida rural idênticos, explicam os autores da pesquisa que foi financiada pelo Instituto Nacional da Saúde norte-americano.
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