Rita Milla tinha 16 anos e vivia na Califórnia. Era muito religiosa, não sabia que podia dizer «não» ao que os padres lhe pediam, por isso demorou muito tempo para contar a sua história, de que faz parte uma série de violações e uma gravidez, como revelou ao diário espanhol El País.
Tudo começou quando tinha 16 anos e um sacerdote convidou outros seis a abusarem dela. Com 20 anos engravidou de um dos eclesiásticos. Mandaram-na para as Filipinas para ter a menina, deixá-la lá e voltar, como se tivesse tratado de uma viagem de férias.
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Durante os 4 anos em que foi violada pelos padres, Rita contou o que se passava a outros sacerdotes em confissões, mas um atélhe chegou a dizer que a culpa era toda sua, por ser mulher, contou.
Nunca confessou aos pais, porque os sacerdotes proibiram-na. Quando teve coragem de dizer a uma professora, ela disse-lhe que se contasse à polícia ia ter muitos problemas. Não a ajudou. «Senti-me como se fosse culpa minha, se alguma coisa lhe acontecesse», disse a jovem.
Todos se encobriam
Rita soube de mais casos. Muitos padres também violavam outros miúdos, disse ela. Todos sabiam o que se passava e todos se encobriam uns aos outros, contou a jovem.
Tentou falar com bispos para que aquilo que lhe estava a acontecer não acontecesse também com outros, mas ninguém lhe deu ouvidos. «Foi o que me assustou mais», frisou ao El País.
Foi uma psicóloga que lhe deu a ideia de processar a Igreja, explicou, só então o clero começou a importar-se com o seu caso e com muitos outros.
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