Já fez LIKE no TVI Notícias?

BCP: Santana alerta para «espionagem»

Relacionados

E o PS responde acusando Menezes de pressionar accionistas do BCP

O líder parlamentar do PSD, Pedro Santana Lopes, contestou na quarta-feira a transferência de Santos Ferreira da Caixa Geral de Depósitos (CGD) para o banco rival BCP «sem nenhum interregno», sugerindo que poderá haver «espionagem», escreve a Lusa.

No seu blogue, pedrosantanalopes.blogspot.com, o dirigente social-democrata colocou um texto com o título «Há mesmo medo?», em que afirma que «algo de estranho se passa neste país», referindo-se às alterações na banca portuguesa.

PUB

«As palavras ditas há pouco por um professor do ISEG, penso que chamado João Duque, tocaram no cerne da questão», considera, a propósito da renúncia de Carlos Santos Ferreira do cargo de presidente da administração da CGD para se candidatar à presidência do BCP.

Pedro Santana Lopes defende que «o que está em causa» é como «tantas pessoas de formação até liberal e até empresários defensores do mercado, aceitam de bom grado, a "espionagem industrial" de que falava o dito docente».

«Como é possível o presidente de um banco passar para presidente de um banco rival, ainda por cima sem nenhum interregno?», interroga o líder parlamentar do PSD.

Apurar responsabilidades

Por outro lado, Santana Lopes subscreve a ideia de que é preciso apurar «responsabilidades das autoridades de supervisão e controle, como o Banco de Portugal, no facto de nada se ter sabido, durante anos, do que se passou no BCP».

O PSD anunciou na quarta-feira que vai chamar ao Parlamento para esse efeito o governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, e o ministro das Finanças e ex-presidente da Comissão do Mercado de Valores Imobiliários (CMVM), Teixeira dos Santos.

PUB

«Foi o Banco de Portugal que considerou que os factos eram tão graves que as pessoas que exerceram funções de administração desde 1999, não podiam agora integrar qualquer lista candidata aos órgãos sociais... Então, se foi tão grave, como é possível que o Banco Central não tenha dado por isso? E este assunto também ainda não teve o devido tratamento», diz Santana Lopes.

PS em contra-ataque

Enquanto Santana Lopes assume a voz dos sociais-democratas, o porta-voz do PS, Vitalino Canas, acusou o presidente do PSD, Luís Filipe Menezes, de ter caído na promiscuidade de se imiscuir na vida interna do BCP, tentando condicionar a escolha da futura administração.

Em declarações à Lusa, Vitalino Canas salientou que «o PS não fará nenhum comentário sobre a administração do BCP nem sobre a administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD)».

«Não deve haver a situação promíscua dos partidos se intrometerem no funcionamento de um banco», defendeu, considerando a seguir que «o dr. Luís Filipe Menezes caiu nessa promiscuidade».

PUB

«É difícil acreditar que um partido como o PSD e o seu líder tenham procurado imiscuir-se na vida interna de um banco. Isso não é aceitável em democracia», criticou o porta-voz do PS.

Menezes pressionou BCP

Segundo Vitalino Canas, Luís Filipe Menezes «pressionou os accionistas do BCP, procurou condicionar a escolha da sua futura administração», preocupando-se em «criar dificuldades» à escolha de Santos Ferreira.

Quanto à escolha da nova administração da CGD, forçada pela saída de Santos Ferreira, Vitalino Canas disse que «é o Governo, enquanto accionista, exercendo o seu poder de Estado» que terá uma palavra a dizer, «e não o PS».

Respondendo às críticas feitas por Santana Lopes à transferência de Santos Ferreira da CGD para o banco rival BCP, o porta-voz do PS declarou que «isso é um risco próprio de uma economia de mercado».

PUB

Relacionados

Últimas