«A greve (dos pilotos) não vai parar enquanto o Governo não reconhecer que a profissão de piloto tem especificidades. Essa é condição ¿sine qua non¿ para podermos negociar», afirmou o porta-voz do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), Miguel Blanc, em conferência de imprensa, citado pela «Lusa».
O SPAC convocou esta greve para protestar contra o aumento da idade da reforma dos 60 para os 65 anos e para «alertar para os efeitos da entrada em vigor do novo regime geral de segurança social, traduzido na drástica redução das pensões».
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De acordo com o porta-voz do SPAC, esta «drástica redução das pensões» corresponde a uma «penalização imediata de 22%, um valor que pode ascender aos 70% em 2017».
«Os pilotos não aceitam trabalhar mais e no fim das suas vidas receberem menos», sublinhou Miguel Blanc, que disse que o apelo feito esta manhã pelo ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações para que o sindicato suspendesse a greve «não é suficiente».
«Enquanto o Governo não fizer sentir aos pilotos que aceita as declarações de princípio dos pilotos, não haverá negociações», afirmou o responsável.
«O SPAC disponibilizou-se para encontrar com o Governo soluções sobre as matérias em causa em tempo útil e no quadro de diálogo que o SPAC sempre mostrou nestas circunstâncias», motivo pelo qual o porta-vos do sindicato «estranha as declarações do senhor ministro Mário Lino, as quais sugerem uma de duas coisas: ou o senhor ministro desconhece o que está em causa, ou está a confirmar o desinteresse com que o Governo tem tratado este assunto».
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O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações apelou esta terça-feira ao «bom senso» dos pilotos portugueses para que suspendam a greve e manifestou total disponibilidade para discutir com os sindicatos em prol de uma decisão rápida e consensual.
«Apelo ao Sindicato (Nacional dos Pilotos de Aviação Civil) para que tenha bom senso suficiente, para que pare com a situação grevista, que é extremamente prejudicial para a TAP, para a economia portuguesa, para a imagem do país e para a qual não encontro razões neste momento», declarou o Mário Lino, à margem da Conferência "Auto-estradas do Mar e Logística", a decorrer em Lisboa no âmbito da presidência portuguesa da União Europeia (UE).
Até às 13:15, segundo a «lusa», foram cancelados 45 voos, 33 com partida do aeroporto de Lisboa, oito do Porto, três da Madeira e um do Funchal.
A greve termina às 17:00, estando agendadas novas paralisações para quinta-feira, sábado e 5, 7 e 9 de Novembro.
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