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Médicos: «há 20 anos» que não se assistia a este «grau de indignação»

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Serviços mínimos iguais aos dos domingos e feriados na greve marcada para quarta e quinta-feira

Os sindicatos e a Ordem dos Médicos esperam milhares de batas brancas em frente ao Ministério da Saúde na quarta-feira, no primeiro dia de greve, para mostrar a indignação da classe que não se demoveu com os recentes recuos da tutela.

«Há 20 anos que não tínhamos expetativas desta grandeza nem assistíamos a uma movimentação com esta amplitude e grau de indignação», disse, nesta segunda-feira, à agência Lusa Mário Jorge Neves, dirigente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), uma das duas organizações sindicais que convocou o protesto.

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«Não temos dúvida nenhuma, e o Ministério da Saúde e o Governo também não terão dúvidas, de que a greve vai ter um êxito retumbante e que a concentração frente ao ministério vai ter milhares de batas brancas a manifestarem a sua indignação», perspetivou o dirigente, no final da semana passada.

Uma convicção que não terá sido abalada pelos acontecimentos dos últimos dias e que, na opinião das estruturas sindicais, foi mais profícua em convites da tutela ao diálogo do que nos últimos seis meses.

«Repentinamente, o ministro da Saúde descobriu as virtualidades da negociação e do diálogo», ironizou.

Foi precisamente a falta de crença na concretização do prometido diálogo, que chegou na quinta-feira através de um convite verbal feito pela tutela aos sindicatos, com vista ao retomar das negociações, que levou a FNAM e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) a manter o protesto, alegando falta das «mais elementares condições».

Para esta recusa terá igualmente contribuído a possibilidade levantada por Paulo Macedo de uma requisição civil que, segundo os médicos, não tem razão de ser por a greve contemplar os serviços mínimos.

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As alterações ao polémico concurso de contratação de serviços médicos com o critério de baixo preço e o anúncio de contratação de mais profissionais para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) mostraram-se insuficientes para os sindicatos desmarcarem a greve.

«Neste momento não há nenhum sinal credível que nos permita encarar qualquer hipótese, por mais remota que seja, de não concretizar a greve como espaço legal e constitucional da manifestação da justa indignação dos médicos», sustentou Mário Jorge Neves.

A greve de quarta e quinta-feira continua marcada mesmo depois de ter sido agendada, para domingo, pelo Ministério da Saúde uma reunião com os sindicatos que acabou por não acontecer, devido à ausência anunciada dos dirigentes sindicais.

Os sindicatos não aceitaram o conjunto de contrapropostas apresentadas pelo Ministério da Saúde no sábado à noite, manifestando também desagrado com o cenário de uma requisição civil.

Depois da reunião, que estava prevista para domingo, os sindicatos mostraram-se disponíveis para negociar após a greve.

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Nos dois dias de greve, os serviços mínimos e os meios necessários são os mesmos que existem aos domingos e feriados nas instituições, segundo consta do pré-aviso.

Durante este período, os trabalhadores médicos devem garantir a prestação dos cuidados de quimioterapia e radioterapia, de diálise, urgência interna e indispensáveis para a dispensa de medicamentos de uso exclusivamente hospitalar.

Devem igualmente ser assegurados os serviços de imunohemoterapia com ligação aos dadores de sangue, recolha de órgãos e transplantes e os cuidados paliativos em internamento.

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