Os familiares das vítimas da tragédia de Entre-os-Rios assumiram esta quinta-feira que estão em dificuldades para pagar a parte que lhes cabe na construção do centro para menores em risco e fizeram um apelo à solidariedade dos portugueses, noticia a Lusa.
Em causa está a construção da obra social «A Ponte», para acolher 16 crianças em risco, que está a ser erguida na freguesia da Raiva, Castelo de Paiva. O centro vai acolher 16 crianças em risco e será apresentado publicamente na primeira semana de Setembro.
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«A Ponte» custa mais de 600 mil euros e a Associação de Familiares das Vítimas da Tragédia de Entre-os-Rios (AFVTE-R) terá que pagar cerca de 70 mil, sendo o restante assegurado por verbas do Programa Operacional de Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (POEFDS).
Em declarações à Lusa, o presidente da AFVTE-R, Horácio Moreira, disse que a associação está «em grandes dificuldades» para assegurar a parte que lhe cabe.
Acrescentou ainda que a situação só poderá ser ultrapassada «com recurso à solidariedade de pessoas, empresas e entidades de todo o país».
Porquê «A Ponte»?
Após a queda da ponte, que em 04 de Março de 2001 matou 59 pessoas, os familiares das vítimas receberam donativos de todo o país e do estrangeiro.
Mas os cerca de 20 mil euros então obtidos foram gastos no projecto do centro e nas despesas relacionadas com o processo judicial que culminou, a 20 de Outubro de 2006, com a absolvição de seis engenheiros acusados pelo Ministério Público de não terem feito o que estaria o seu alcance para evitar o colapso da ponte.
O centro de acolhimento temporário vai designar-se «A Ponte», porque, como disse Horário Moreira, pretende-se que os futuros utilizadores - jovens e crianças em risco - «transponham a margem para a igualdade de direitos e oportunidades».
A sua construção foi decidida quando a AFVTE-R decidiu converter-se em instituição privada de solidariedade social.
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