Oposição pede em uníssono mais medidas anti-crise - TVI

Oposição pede em uníssono mais medidas anti-crise

Debate parlamentar - Foto de Mário Cruz para Lusa

Partidos questionam Executivo sobre quando será apresentado um novo Orçamento Rectificativo

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[Notícia actualizada]

A oposição é unânime no pedido ao Governo para que sejam tomadas mais medidas de estímulo à economia e de combate à crise e questionam para quando a apresentação de um Orçamento Rectificativo, depois de o Banco de Portugal ter revisto em forte baixa as suas previsões para a economia, apontando agora para uma contracção de 3,5% este ano, a maior desde 1975.

O deputado do CDS-PP, Paulo Portas, abriu as hostilidades no debate de actualidade, convocado pelo seu partido, sobre a crise económica para criticar a reacção emitida pelo ministro das Finanças após o Boletim Económico de Primavera do Banco de Portugal.

«A primeira reacção causa estupefacção. O ministro disse que não vale a pena pensar em novas medidas. Quer dizer que não há mais nada a fazer? Quando mais precisávamos de um Governo corajoso, ousado, temos um Governo cuja política entrou em colapso e chegou ao fim da linha».

Para Paulo Portas, «a atitude correcta não é cruzar os braços, é não desistir e corrigir» a mão. «Há imenso a fazer».

O líder parlamentar do CDS-PP foi mesmo mais longe e questionou o Governo sobre quando será «apresentado na Assembleia da República um Orçamento Rectificativo».

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Governo age com base em previsões que são «uma ilusão»

Também o deputado Luís Fazenda, do Bloco de Esquerda, pediu a apresentação de «um segundo Orçamento Rectificativo e de um novo pacote de medias anti-crise».

Entre outras medidas, o Bloco propõe um aumento intercalar das pensões de reforma mais baixas e a aposta em pequenas obras públicas, que tenham um efeito mais imediato na actividade das empresas, no emprego e na economia.

Luís Fazenda lembrou que «quanto mais profunda for a desactivação do investimento e a queda da economia, mais difícil será a recuperação».

Ministro «ignorou» governador do Banco de Portugal

Honório Novo, do PCP, apontou baterias a Teixeira dos Santos. «O ministro das Finanças recusa-se a corrigir as previsões do Governo», disse, lembrando que «não existem momentos oportunos para que o Governo fale verdade». «O momento para corrigir e rectificar é este».

Sobre o facto de o ministro ter afastado para já mais medidas contra a crise, o deputado mostrou repúdio. «Parece que não ouviu o governador do Banco de Portugal a dizer que existe margem orçamental para aumentar os apoios à economia». «Não aceitamos a atitude de braços caídos do Governo».

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Do Partido Ecológico Os Verdes (PEV), a deputada Heloísa Apolónia acusou o Governo de agir com base numa «ilusão», que são as suas previsões macroeconómicas desactualizadas, e de tomar «medidas insuficientes».

«Foi essa ilusão que esteve na base das políticas erradas que nos trouxeram a esta situação e são essas políticas erradas que não nos vão tirar daqui».

Ministro lembra que crise é mundial

Na resposta, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Santos Silva, lembrou que a crise é mundial e que o Governo tem respondido com políticas e medidas dirigidas para quem mais precisa de ajuda.

O ministro defendeu ainda as grandes obras públicas que o Governo insiste em manter. «A crise não se resolve com preconceitos face ao investimento público. O Estado pode fazer tudo menos desistir de investir».

Da bancada do PS surgiu ainda a crítica aos populares: «De repente o banco de Portugal tornou-se numa fonte credível para o CDS», ironizou o deputado socialista.
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