Saab apresenta pedido de reorganização

O construtor automóvel sueco Saab apresentou esta sexta-feira um pedido de reorganização da empresa após o abandono da casa-mãe norte-americana General Motors (GM), anunciaram as duas empresas.

O pedido para reorganizar a marca foi entregue no tribunal distrital de Vanersbor, sudoeste da Suécia, disse a porta-voz da Saab, Margareta Hogstrom, acrescentando que a Saab esperava uma decisão ainda esta sexta-feira.

A medida surgiu após o governo da Suécia ter recusado um pedido de ajuda à Saab feito pela GM. Na quarta-feira, o governo sueco rejeitou um pedido da GM para injectar dinheiro na Saab.

A GM, que está a pedir ajuda à administração norte-americana para evitar a bancarrota nos Estados Unidos, tem procurado compradores para a Saab mas disse que precisa de mais fundos para vender a divisão.

«No âmbito do processo, a Saab vai formular a sua proposta de reorganização, que incluirá o reagrupamento (das actividades) de criação, engenharia e de fabrico na Suécia», acrescentou num comunicado separado a GM.

Se o tribunal aprovar a reestruturação, ela será efectuada no prazo de três meses e «precisará de um financiamento independente para ter êxito», de acordo com a GM.

Um pedido de reorganização - mecanismo previsto na lei sueca que garante a uma empresa poder reorganizar-se profundamente - permitirá à Saab sobreviver e aos fornecedores - que não poderiam recuperar as dívidas se a empresa declarasse falência - reaver algum dinheiro ao aceitar um acordo parcial.

«Examinámos e continuaremos a examinar todas as opções possíveis para financiar e/ou vender a Saab e decidimos que este tipo de medida seria o melhor meio de criar uma entidade verdadeiramente independente e capaz de conquistar investidores», indicou em comunicado o director-geral da Saab, Jan Aake Jonsson.

O construtor sueco tem três novos modelos prontos a serem lançados durante os próximos 18 meses, sublinhou.

A Saab emprega cerca de 4.100 pessoas na Suécia, entre as quais 3.700 trabalham em Trollhattan, na sede da empresa, no norte do país. Mas, tendo em conta, os subcontratos, cerca de 15.000 postos de trabalho na Suécia estão ameaçados se a Saab desaparecer.

A General Motors comprou a Saab em duas fases, em 1990 e 2000, mas o construtor sueco regista, há vários anos, uma quebra contínua das vendas que sofreu um forte agravamente com a crise internacional.