Espanha insiste que não precisa de resgate

O ministro espanhol da Fazenda, Cristóbal Montoro, afirmou hoje que a Espanha está «em melhores condições» enfrentar a crise económica e que o país «não precisa um resgate se continuar na sua agenda de reformas estruturais».

Intervindo na sessão de controlo ao Governo no Congresso de Deputados, Montoro aproveitou a declaração para exigir à oposição «responsabilidade» nas suas declarações para «transmitir confiança» aos mercados, cita a Lusa.

Montoro foi questionado pelo deputado da União Progresso e Democracia (UPyD), Álvaro Anchuelo, sobre as medidas que o executivo pensa adotar para evitar que o resgate financeiro se converta numa crise de dívida pública.

«Levaram a economia a um abraço mortal entre banca e Estado, que é a cada vez mais estreito, e a uma maior dependência do Banco Central Europeu (BCE). E não se pode transmitir confiança se não é sobre a verdade», afirmou o deputado da UPyD.

«A não verdade só gera mais desconfiança e vocês dizem uma coisa aqui aos espanhóis e outra diferente nos foros internacionais. Negar a realidade não ajuda a conseguir confiança e também não ajuda atirar a culpa sempre para os outros», disse Anchuelo.

Montoro voltou a defender as políticas do Governo, tanto no controlo orçamental, como nas reformas estruturais já aprovadas e em curso.

«Espanha está hoje em melhores condições para fazer-lhe frente [à crise], já que o Governo está a adotar as reformas, os orçamentos e o ordenamento do sector público no seu conjunto que permitam enfrentar com confiança esta crise», disse.

«A Espanha não foi resgatada, di-lo a Comissão Europeia, que acrescenta que Espanha não precisa de nenhum resgate sempre que faça as reformas estruturais que está a fazer», considerou.

Respondendo às críticas de Anchuelo, que acusou o governo de fazer tudo mal, Montoro disse que «é uma opinião», mas da qual «não se pode depreender a realidade».

«Espanha não foi resgatada porque não precisa de ser resgatada, tem o apoio dos parceiros e instituições europeias e tem o apoio expresso do G-20 aos programas que realiza o Governo, entre os quais figura a recapitalização do sector bancário», afirmou.

Pedindo aos deputados da oposição «responsabilidade» com as declarações que fazem, especialmente no parlamento, Montoro afirmou que «o que tem que tranquilizar aos cidadãos são as palavras».