Ter crédito é cada vez mais difícil

[Notícias actualizada às 13h00]

Os bancos da Zona Euro apertaram os critérios para a concessão de crédito no final de 2008 e, todavia, prevê-se que sejam ainda mais restritivos este ano, alertou o Banco Central Europeu (BCE). Simultaneamente, também o Banco de Portugal (BdP) revelou esta sexta-feira a mesma situação, mostrando que para este ano, há mais diferenças e exigências.

Segundo o relatório divulgado esta sexta-feira pelo BdP, as principais alterações prendem-se ao nível dos spreads mais altos e os limites nos montantes concedidos.

Os cinco grupos bancários portugueses inquiridos pelo BdP indicaram um aumento de restritividade nos critérios de concessão de empréstimos a famílias e empresas no decurso do último trimestre de 2008, comparativamente ao trimestre anterior.

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«O aumento de restritividade nos critérios ter-se-á traduzido em spreads de taxa de juro mais elevados e num aperto generalizado das restantes condições contratuais, realçando-se o encurtamento da maturidade dos novos contratos e a redução dos montantes concedidos e do rácio entre o valor do empréstimo e da garantia», esclarece o documento.

Debilitamento da economia é um obstáculo

À semelhança do que foi reportado nos inquéritos anteriores, os principais factores que influenciaram os critérios de aprovação de empréstimos ao sector privado não financeiro ao longo do quarto trimestre de 2008 foram «o aumento do custo de financiamento e restrições de balanço dos bancos, por um lado, e a deterioração dos riscos apercebidos pelas instituições inquiridas, por outro».

No seu último boletim, a autoridade monetária da Zona Euro disse que o debilitamento das perspectivas económicas eram a principal razão para apertarem o crédito a particulares e empresas no quarto trimestre de 2008.

«A deterioração da confiança dos consumidores, perspectivas mais pessimistas para o mercado de habitação e alguma redução nas despesas de consumo de bens duradouros terão sido os principais factores que influenciaram a procura de empréstimos a particulares», revela o boletim do BdP.

Note-se que a procura de empréstimos caiu no final do ano perante uma menor procura de financiamento por parte dos investidores, fusões, aquisições e reestruturações corporativas.