Fitch espera alargamento de programa grego até 2016 - TVI

Fitch espera alargamento de programa grego até 2016

Grécia (EPA)

Agência diz que redução de dívida para níveis sustentáveis não pode ser feita com mais austeridade porque o país «não aguenta»

A agência de notação financeira Fitch acredita que o programa de ajuda internacional à Grécia deverá ser estendido por mais dois anos, até 2016, já que o país não deverá conseguir suportar mais austeridade.

Numa nota emitida esta sexta-feira e citada pelo «The Huffington Post», a agência diz que a aprovação das medidas de austeridade para 2013 reduziram o risco de o país abandonar o euro no curto prazo, ao permitir que se retome o desembolso das tranches da ajuda externa. Mas avisa que cortar a dívida grega para um nível sustentável vai requerer «maior alívio por parte dos seus parceiros e credores».

«O principal risco do programa, tal como está desenhado, é que a economia grega está demasiado fraca para suportar uma nova ronda de austeridade».

«A grave situação da economia grega, juntamente com a fragilidade do Governo, vai levar a Zona Euro a prolongar o programa de ajuda em dois anos até 2016», prevê a Fitch, avisando que isso poderá levar o país a necessitar de mais 22 mil milhões de euros entre 2013 e 2016.

A Fitch estima que a dívida pública grega atinja 192% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014, baixando depois para 150% em 2020, quando as metas acordadas com a troika apontavam para 120%.

Para resolver a situação, a Fitch defende uma intervenção oficial, com «uma redução das taxas de juro» pagos pela Grécia pelos empréstimos recebidos da Zona Euro, em vez de um novo perdão de dívida, que seria «politicamente insustentável».

Além dos Estados parceiros no euro, a Grécia precisaria ainda do apoio do Banco Central Europeu (BCE) que, na opinião da Fitch, deve abdicar de lucros na dívida pública grega que detém, e que comprou durante a crise financeira, uma hipótese que o presidente da instituição monetária já afastou.

A agência financeira diz ainda que o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) devia ajudar a apoiar os bancos gregos que entrarem em colapso após registarem perdas massivas com a dívida grega.
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