Alemanha: Zona Euro suporta saída da Grécia - TVI

Alemanha: Zona Euro suporta saída da Grécia

Wolfgang Schauble, ministro das Finanças alemão (Lusa)

Atenas mais perto de formar Governo continua sob pressão. Região que partilha a moeda única «está mais resistente», diz o ministro das Finanças alemão. Durão Barroso também pressiona

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Depois de, há dois dias, ter ameaçado fechar a torneira à Grécia, a Alemanha vem agora dizer que a Zona Euro tem forças para suportar a saída de Atenas do euro. E a Comissão Europeia junta-se aos alertas.

«Os riscos de contágio a outros países são agora menores» e a região que partilha a moeda única «está mais resistente», disse o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, em entrevista ao jornal «Rheinische Post», citada pela Lusa.

Ainda ontem foi divulgada uma sondagem feita pela Bloomberg, que revela que 57% dos investidores, analistas e empresários preveem que pelo menos um país saia do euro ainda este ano.

«Já fomos muito generosos»

Atenas viu desbloqueada parte de uma nova tranche esta semana, mas Schauble avisou logo na quarta-feira que «e a Grécia abandonar as suas reformas, não penso que sejam enviadas novas prestações».

Agora, vem exortar novamente a Grécia a cumprir os compromissos assumidos com a comunidade internacional.

E disse mesmo que os países da Europa e os credores privados de Atenas «já foram bastante generosos». Fez-se «tudo o que foi possível» para salvar o país da bancarrota. «O país tem de compreender que é necessário respeitar os seus compromissos».

E, considerou, «é perigoso fazer crer aos cidadãos que há outro caminho, mais fácil, para sanear as suas finanças e evitar a austeridade, o que é um disparate».

Barroso: «Tenho muito respeito pela Grécia, mas...»

Também Bruxelas juntou a sua voz às advertências de que a Grécia pode ver-se forçada a abandonar o euro se não cumprir o acordado.

«Tenho muito respeito pela democracia grega e, claro, o parlamento grego, mas eu também tenho que respeitar os outros 16 parlamentos que aprovaram o programa», disse o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, em entrevista ao canal de televisão de notícias italiana SkyTG24, citado pela Reuters.

«Então, é claro, os acordos têm de ser respeitados e, se não forem respeitados, isso significa que as condições não existem para continuar com um país que não respeita».

Novo governo: luz ao fundo do túnel

As eleições legislativas na Grécia ocorreram no domingo, mas ainda não há governo. Depois do partido mais votado ter falhado a constituição de uma coligação para formar governo, seguiram-se os radicais de esquerda do Syriza, que também não conseguiram constituir um executivo.

Decorre agora a terceira tentativa, pelas mãos do PASOK. Parece haver luz ao fundo do túnel do pequeno partido de esquerda Dimar, que elegeu 19 deputados, a poder ser a salvação.

Mas a Alemanha continua a pressionar e Schäuble rejeitou também a adoção de programas de crescimento na Zona Euro que impliquem mais endividamento.

«Pegar em dinheiro que não se tem, não é fazer política de crescimento, esse é o caminho errado».

Ficou a promessa de que Berlim irá estar de olhos bem abertos quanto a este ponto quando decorrerem as negociações europeias para uma nova estratégia de crescimento, que deverá ter luz verde no Conselho Europeu de 28 de junho.

Para o ministro alemão das Finanças, o aumento da procura privada, base do crescimento, «deve ser reforçado, fomentando a confiança dos consumidores e investidores nas finanças públicas».

Daí que o ponto essencial de uma estratégia de crescimento seja o reforço da competitividade. E isso começa pelas reformas estruturais. Por mais reformas estruturais.
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