«O próximo Governo grego deve cumprir os compromissos assumidos por Atenas no âmbito do resgate da troika». Quem o diz é a chanceler alemã, Angela Merkel.
Sem papas na língua, a chanceler revela, no México - onde se encontra para participar na reunião do G20 - que «as eleições [gregas] não podem pôr em causa os compromissos que o país assumiu. Não podemos aceitar recuos nas reformas que foram acordadas», frisou, citada pela agência AP.
Merkel abana, por isso, com a cabeça à possibilidade de suavizar os termos do financiamento a Atenas, que realizou novas eleições legislativas este domingo e de onde saiu vencedor o partido Nova Democracia, que poderá formar um governo de maioria com os socialistas do PASOK.
Já antes, de manhã, o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Guido Westerwelle, tinha sido claro: «Não pode haver alterações substanciais aos compromissos» assumidos pela Grécia para o programa de reformas. «Mas posso imaginar que vamos debater novamente os prazos», explicou, deixando assim antever que a Europa está disposta a discutir os prazos necessários para a aplicação das reformas na Grécia, mas não está aberta a alterar na essência o programa de austeridade.
Krugman e Roubini - conceituados economistas - disseram, por seu turno, que acreditam que a Grécia saia do euro na mesma, independentemente de quem os governe.
O Nobel Paul Krugman até chegou a ser irónico:«com este resultado [das eleições], a Nova Democracia vai ter «capacidade para continuar a prossecução de uma política impraticável. Yay!», exclamou.
Também Roubini não prevê melhor sorte para Atenas, dizendo, no Twitter, que «dentro de seis a doze meses o governo da Nova Democracia-Pasok vai cair «à medida que a economia cai numa depressão».
O tema eleições gregas estará, por isso, no centro das discussões da reunião do G20. Antes do início do encontro (às 22h00 de Lisboa), a chefe do Governo da Alemanha terá uma reunião à porta fechada com o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
A agenda oficial do grupo das 20 principais economias do mundo [as potências industrializadas do G7, doze grandes nações emergentes e a União Europeia] é o crescimento a nível global. A situação europeia será, contudo, o tema principal.
De acordo com a Associated Press, Barack Obama tem dado sinais da sua impaciência perante a incapacidade da União de ultrapassar os seus problemas financeiros e receia o impacto de uma Europa em recessão sobre a economia dos Estados Unidos.
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Merkel implacável: Grécia tem de «cumprir»
- Redação
- CPS
- 18 jun 2012, 17:42
Chanceler alemã não aceita recuos nas reformas que foram acordadas
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