Eurogrupo reagirá «prontamente» a Espanha

[Notícia atualizada às 18h]

O Eurogrupo reagirá «prontamente» depois de receber o pedido formal de Espanha para a ajuda financeira ao setor bancário. A garantia foi dada esta quinta-feira pelo ministro alemão das Finanças, à entrada para a reunião do Eurogrupo.

«É preciso que a Espanha faça tudo o que acordámos. Logo que tiver os documentos pedidos (...) o Eurogrupo reagirá prontamente», sublinhou Schäuble, segundo a Lusa.

Antes do encontro, também o ministro espanhol da Economia, garantiu que o país apresentará nos «próximos dias» o pedido formal para o empréstimo europeu de cerca de 100 mil milhões de euros para a recapitalização do setor bancário. Trata-se somente, frisou, de uma «mera formalidade».

Espanha é precisamente o grande tema em cima da mesa do Eurogrupo de hoje. Hoje que Espanha pagou um recorde de 6% para emitir dívida vão discutir-se os contornos precisos do plano de ajuda à recapitalização da banca espanhola, esperando-se que Madrid formalize o pedido de assistência na própria reunião.

De qualquer modo, Espanha já tem «luz verde» para o resgate. Foi dada logo a 9 de junho, numa reunião extraordinária entre os ministros das Finanças da Zona Euro.

A UE disponibiliza uma ajuda até 100 mil milhões de euros, mas segundo uma auditoria já divulgada às necessidades da banca espanhola, a linha de crédito poderá ir apenas até aos 70 mil milhões.

No entanto, o país vizinho só tenciona apresentar o pedido depois de conhecidas as conclusões de todos os relatórios de consultoras independentes contratadas pelo governo, o que deverá, de qualquer modo, acontecer ainda hoje.

Diversos líderes europeus já defenderam ser conveniente o pedido dar entrada o quanto antes, preferencialmente esta semana, com vista a evitar o efeito de contágio que tem estado tão presente na atual crise da dívida soberana na zona euro.

A reunião ocorre também numa altura em que surgiram notícias - entretanto negadas tanto em Bruxelas como em Madrid - no sentido de que estaria a ser preparado pela Europa um «quase-resgate» na ordem dos 750 mil milhões de euros para compra da dívida espanhola e italiana, uma intervenção que teria sido acordada numa reunião do G20 na terça-feira, em Los Cabos, México.

Há quem vaticine que Madrid não aguenta mais de três meses sem ter de pedir um resgate a sério, também para a economia.

Além de Espanha, a reunião de hoje do Eurogrupo será também dominada, inevitavelmente, pela situação na Grécia que já tem ministro das Finanças e, avançam as agências internacionais, vai pedir mais dois anos para sanear as contas.