Medo: bancos portugueses reduzem exposição a Espanha - TVI

Medo: bancos portugueses reduzem exposição a Espanha

Banqueiros

Exposição era de 21,16 mil milhões no 2º trimestre e de 19,56 mil milhões no terceiro. No final do ano, chegou aos 18,4 mil milhões

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Os bancos portugueses tinham uma exposição de 18,4 mil milhões de euros a Espanha no final de 2011, resultado de uma redução aplicada ao longo desse ano, de acordo com os dados mais recentes do Banco de Pagamentos Internacionais.

Os bancos, que tantas contas têm feito à vida com os efeitos da crise financeiro nos Estados Unidos, Grécia, Irlanda e Portugal têm agora uma não tão nova dor de cabeça, mas que passou a ser mais oficial.

Os únicos dados disponíveis sobre a exposição da banca portuguesa é para a totalidade dos ativos do país (bancos, setor público, dívida pública, empresas desse país, etc) e esses dados apontam para uma exposição a Espanha de 23,1 mil milhões de dólares (cerca de 18,4 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual) no final do ano passado, escreve a Lusa.

Este valor é já em si o resultado de uma diminuição sucessiva da exposição dos bancos portugueses aos ativos espanhóis.

De acordo com o Banco de Pagamentos Internacionais (Bank for International Settlements, ou BIS), nos dados que foram atualizados no início deste mês, a exposição de Portugal a ativos espanhóis no primeiro trimestre de 2011 era de 27.409 milhões de dólares (21,87 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual), no segundo trimestre diminui para 26,5 mil milhões de dólares (21,16 mil milhões de euros), e para 24.515 milhões de dólares no terceiro trimestre (19,56 mil milhões de euros).

O BIS não desagrega no caso de Portugal o tipo de ativo a que os bancos (que reportam ao BIS) estão expostos, mas no caso de Espanha já é possível saber qual a exposição do seu setor bancário a Portugal.

No final de 2011, os bancos espanhóis tinham uma exposição aos bancos portugueses de 7.070 milhões de dólares (cerca de 5,6 mil milhões de euros), estando concentrada quase toda a exposição dos bancos espanhóis no setor privado não financeiro, onde estavam alocados 64,7 mil milhões de dólares (cerca de 51,6 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual).

A crise espanhola terá na quinta-feira um novo capítulo quando os ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo) discutirem os contornos precisos do plano de ajuda à recapitalização da banca, esperando-se que Madrid formalize o pedido de assistência na reunião no Luxemburgo.

Com o pedido formal de assistência, ainda que só para o seu sistema financeiro, Espanha torna-se o quarto país do euro a pedir ajuda à União Europeia, depois da Grécia (que já vai em dois programas e para um segundo empréstimo), da Irlanda e de Portugal.

Antes do Eurogrupo de quinta-feira haverá ainda um novo teste quando o Tesouro espanhol tentar colocar até 2.000 milhões de euros em dívida a dois, três e cinco anos.
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