BPN já perdeu 3,4 mil milhões com fuga de depósitos

O Banco Português de Negócios (BPN) já perdeu 3,42 mil milhões de euros com fuga de depósitos, desde que foi nacionalizado em Novembro de 2008. O valor foi dado pelo administrador Norberto Rosa, durante a Comissão de Orçamento e Finanças, que decorreu esta segunda-feira no Parlamento.



Uma situação justificada já pelo presidente do banco, Francisco Bandeira, com os chamados «pica taxas» que saíram do BPN. Isto porque o banco era conhecido por apresentar taxas acima do mercado, uma situação que já não acontece.

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Como já disse Francisco Bandeira nesta comissão, cerca de 15% dos recursos foram para a Caixa Geral de Depósitos, sendo os restantes «dispersos pelos maiores grupos financeiros privados».



Os clientes do BPN têm vindo a sair do banco, com duas grandes fugas de depósitos: uma à data da nacionalização do banco e outra há cerca de duas semanas, quando o BPN perdeu 200 milhões.

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Esta perda de recursos levou a Caixa Geral de Depósitos a a emprestar ao BPN 4,78 mil milhões até ao final de 2010.

O presidente do BPN sublinhou, ainda, que o aumento de capital de 500 milhões de euros é «indispensável» para a saúde financeira do banco, permitindo um rácio de solvabilidade para «voltar a privatizar o banco». O Banco de Portugal exige que os bancos tenham um rácio de 8% para actuar no mercado nacional.

Com aumento de capital, BPN fica com 300 milhões

Caso seja aprovado este aumento de capital, ainda não decidido, o BPN fica com capitais próprios de 300 milhões de euros, como disse Lourenço Soares, o segundo administrador do banco que acompanhou Francisco Bandeira na comissão.



«Com a transferência de activos para as três sociedades criadas [Parvalorem, Parups e Parparticipações], o BPN fica com capitais negativos de 200 milhões de euros. Caso seja aprovado, o aumento de capital de 500 milhões de euros, o banco fica com capitais próprios de 300 milhões de euros», disse Lourenço Soares.



O administrador explicou também essa transferência de activos: «O montante global dos activos transferidos para as três sociedades é de 3,9 mil milhões de euros, dos quais 1,8 mil milhões de euros são imparidades».



Após a privatização, Francisco Bandeira pretende também que a sua equipa seja substituída e que o BPN tenha uma nova administração.

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