Minas de Moncorvo: «Governo tem de se explicar»

Os autarcas dos concelhos do Douro Superior exigem que o Governo explique às populações o que se passou nas negociações com a multinacional Rio Tinto tendo em vista a exploração mineira em Torre de Moncorvo.

A reativação das minas chegou a ser dada como provável, graças ao interesse demonstrado pela Rio Tinto, mas acabou por retroceder com o recuo por parte daquela multinacional anglo-australiana.

Este poderá ser um dos temas a «explorar» pelas diversas forças políticas no decurso da campanha eleitoral com vista às próximas autárquicas, numa altura em que a exploração das minas de ferro do Carvalhal (Torre de Moncorvo) é assunto dominante no discurso político a nível regional.

Para Aires Ferreira, presidente da Câmara de Torre de Moncorvo há sete mandatos pelo PS, «poderá haver a possibilidade de o tema das minas ser utilizado em campanha, já que PS de Moncorvo terá a legitimidade para o fazer», cita a Lusa.

«Tudo porque a coligação PSD/CDS embandeirou em arco garantindo que um acordo para a exploração mineira iria ser assinado a curto prazo, o que se verificou ser infundado».

Na opinião de Aires Ferreira, o PS teve uma posição «ponderada» neste assunto e por este motivo tens razões para «reclamar».

Para o também líder da concelhia do PS de Moncorvo, os seus opositores nunca tiveram uma visão firme «das potencialidades da energia eólica no concelho».

Já para o presidente da Câmara de Mogadouro (PSD), que disse desconhecer as razões a que levaram ao cancelamento do empreendimento, «as forças políticas que utilizarem o tema como arma de campanha arriscam-se a entrar num rol de especulações, já que para já não se conhecem verdadeiramente todos os meandros das negociações e os eleitores ainda precisam de saber mais em relação a todo este processo».

Por seu lado, José Santos, autarca de Freixo de Espada à Cinta (PS), disse não ter dúvidas de que todo o processo de exploração mineira em Torre de Moncorvo vai ser aproveitado pelos partidos políticos em tempo de campanha eleitoral, visto tratar-se de um assunto sensível do ponto de vista económico e de criação de emprego para toda uma região.

«As poluções sentem-se prejudicadas pelo facto de o Governo não levar para a frente um projeto de vital importância para o tecido económico do Nordeste Transmontano, como é caso da exploração de minério de ferro em Torre de Moncorvo», concluiu o autarca socialista.