Portugal de olho nas condições do resgate espanhol

Portugal vai ficar de olho nas condições que serão impostas a Espanha. O ministro das Finanças está satisfeito com o sucesso do plano de assistência à banca do país vizinho, mas garante que vai ficar «vigilante» quanto às condições acordadas com Madrid, para defender o «interesse nacional».

No dia em que o governo espanhol anunciou que os seus bancos precisam de até 62 mil milhões de euros para se recapitalizar, o responsável pela pasta das Finanças de Espanha acabou por não formalizar o pedido de ajuda aos parceiros europeus, o qual deverá ser apresentado até segunda-feira.

O homólogo português, Vítor Gaspar, que falava no final de uma reunião do Eurogrupo, sublinhou a importância de que o processo de ajuda europeia à reestruturação e recapitalização da banca espanhola se «desenvolva de forma rápida e bem sucedida». Do ponto de vista português, isso é o fundamental, frisou, segundo a Lusa.

O governante disse também que«é natural» que Portugal esteja «vigilante» quanto às condições que serão acordadas para Espanha. Até porque o tratamento semelhante para os Estados-membros é uma «regra fundamental» da União Europeia.

Também o primeiro-ministro já veio dizer, há duas semanas, que se Espanha tiver melhores condições de resgate, Portugal também quer.

Espanha tinha já anunciado que os seus bancos precisam de uma recapitalização até 62 mil milhões de euros, um valor muito inferior ao máximo que Bruxelas se mostrou disposta a avançar, 100 mil milhões de euros.

O comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros adiantou que os trabalhos para a recapitalização dos bancos espanhóis deverão estar concluídos até 9 de julho.

Em declarações no final da reunião, o ministro espanhol Luis de Guindos assegurou que o executivo de Madrid acordará com os seus parceiros europeus o memorando com os detalhes da ajuda ao setor bancário «nas próximas duas ou três semanas».