Empréstimo de 2 mil milhões à Grécia é «positivo» - TVI

Empréstimo de 2 mil milhões à Grécia é «positivo»

PS diz que crise grega resulta de «ofensiva especulativa». E o leitor concorda com a ajuda de Portugal à Grécia?

Relacionados
O líder parlamentar do PS considerou esta segunda-feira «positiva» a ajuda financeira de Portugal à Grécia, um montante de cerca de dois mil milhões de euros, considerando que a crise grega resulta de «uma ofensiva especulativa».

»Portugal não precisa de ajuda»

Grécia: Portugal vai emprestar 2 mil milhões

«A Europa já compreendeu que este ataque à Grécia é, na verdade, um ataque a todo o projecto europeu», começou por afirmar Francisco Assis, acrescentando que este é o momento em que a União Europeia (UE) terá de se afirmar como «um espaço solidário».

E o leitor concorda com a ajuda de Portugal à Grécia?

O líder parlamentar socialista reagia, desta forma, ao anúncio feito no domingo pelo Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, relativo ao empréstimo português de 2.064 mil milhões de euros à Grécia, no âmbito do pacote de apoio que os países da Zona Euro irão conceder aquele país.

Em causa estabilidade do euro

Na ocasião, Teixeira dos Santos salientou que o empréstimo português não se destina a ganhar dinheiro, mas sim «dar estabilidade à moeda única», o Euro.

«Portugal tem de participar neste esforço. Trata-se da concessão do valor máximo de um empréstimo, que poderá ou não ser utilizado de acordo com as necessidades futuras das finanças gregas. É uma decisão importante, no momento em que a Europa tem de se afirmar como um espaço solidário», afirmou o líder parlamentar do PS.

E o leitor concorda com a ajuda de Portugal à Grécia?

Em declarações à Lusa, Francisco Assis sublinhou ainda que o próximo passo consiste em «explicar aos portugueses» a importância desta decisão e o respectivo significado.

Sem impacto na dívida pública portuguesa?

«Quando um país europeu é atacado, toda a Europa deve reagir. Hoje, a Europa está a acudir a Grécia, amanhã poderá ter de acudir qualquer outro país que seja objecto de uma ofensiva especulativa», frisou o socialista, sublinhando que o empréstimo «não tem qualquer impacto» na dívida pública portuguesa.

O montante global do plano de apoio financeiro à Grécia nos próximos três anos situa-se nos 110 mil milhões de euros, sendo os países da Zona Euro responsáveis por 80 mil milhões desse montante e o FMI pelos restantes 30 mil milhões.

O plano de saneamento financeiro da Grécia prevê a redução do défice das contas públicas para menos de três por cento do PIB, até ao final de 2014.

Nesse sentido serão aplicadas medidas que permitirão angariar poupanças de 30 mil milhões de euros (11 por cento do PIB) até ao fim de 2012, aos quais se juntam os 4,8 mil milhões já anunciados para 2010.

As principais medidas de austeridade

Em troca deste apoio e como contrapartida a Grécia vai subir vários impostos como o IVA (em dois pontos percentuais, dos 21% para os 23%). Por outro lado, os impostos sobre a gasolina, tabaco e álcool também sobem.

Os funcionários públicos vão deixar de receber os subsídios de Natal e férias e, no sector privado, os trabalhadores terão os seus subsídios, mas através das normas dos bónus. Também aqui os pensionistas gregos serão atingidos. As pessoas com reformas superiores a 600 euros mensais deixarão de receber 14 prestações, para receberem apenas 12.

Os próprios membros do Governo grego vão ver os seus salários congelados durante três anos e as empresas que obtenham lucros terão de dar uma contribuição especial que, no entanto, não foi especificada.
Continue a ler esta notícia

Relacionados