Desemprego dispara para 11,1%, valor mais alto de sempre - TVI

Desemprego dispara para 11,1%, valor mais alto de sempre

Número de desempregados subiu para valor recorde no último trimestre. Estimativa do Governo para conjunto de 2010 situava-se nos 10,6%, mas média do ano foi de 10,8%

Relacionados
A taxa de desemprego em Portugal estimada para os últimos três meses do ano passado foi de 11,1%, o valor mais alto de sempre. A escalada verificada na recta final do ano deixou cair por terra a previsão do Governo de 10,6% para o conjunto de 2010. Acabou por ficar nos 10,8%.

«Este valor [do último trimestre] é superior em 1,0 pontos percentuais ao observado no período homólogo de 2009 e em 0,2 p.p. ao observado no trimestre anterior», revela esta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística.

Na prática, havia 619 mil pessoas sem trabalho entre Outubro e Dezembro, mais 9,9% em relação ao mesmo período de 2009 e mais 1,6% do que entre Julho e Setembro.

A taxa média de desemprego de 10,8% acusa uma escalada de 1,3% quando comparada com o ano anterior, com 602,5 mil desempregados.

Há precisamente um mês o secretário de Estado do Emprego e da Formação Profissional admitiu que a taxa de desemprego deveria ultrapassar a estimativa do Governo, apontando sim para os 10,7%. Mesmo assim errou por uma décima.

Neste contexto, a população empregada, que estava perto dos 5 milhões de pessoas no último trimestre caiu 1,5% (74,7 mil indivíduos) face ao mesmo período do ano anterior e 0,3% em relação ao terceiro trimestre.

Mais emprego para quem estudou mais

Se analisarmos o conjunto de 2010, a população empregada diminuiu 1,5% em relação a 2009 (75,9 mil). Continuam a ser as mulheres as que mais contribuem para estes números negros - 49,9 mil ficaram sem trabalho no ano passado; os homens foram 24,9 mil.

Alerta vermelho ainda para o número de pessoas com trabalho com idades entre os 15 e os 34 anos, com uma diminuição de 99,6 mil empregados.

Quem está dotado de um nível de escolaridade mais elevado (secundário e pós-secundário e ensino superior) conseguiu contrariar, em média, esta tendência, uma vez que aqui o número de empregados aumentou em 60,6 mil e 34,9 mil, respectivamente. Ainda assim, há milhares inscritos nos centros de emprego.

Agricultura, indústria, construção, energia e água - a descida verificada no emprego foi transversal a todas estas áreas. Já no sector dos serviços, permanceu praticamente inalterado, diz o INE.

[Notícia actualizada às 11h40]
Continue a ler esta notícia

Relacionados