«Quem se ocupa de questões humanísticas faz política»

Fernando Nobre afirmou esta quarta-feira que a sua candidatura à Presidência da República é um «combate pessoal e individual» que «levará até às últimas consequências».

«Eu estou aqui hoje enquanto presidente da AMI. O meu outro combate é um combate pessoal, individual, que eu assumi e que levarei até ao fim, até às últimas consequências porque assim o entendo», disse, no início do seu discurso sobre a «Medicina no Mundo», no Dia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

O médico explicou que aquilo que o «impulsionou a tomar a decisão» foi o facto de Portugal não poder estar «a leste do que está a acontecer na humanidade».

« Quem se ocupa de questões humanísticas e sociais forçosamente faz política. Há mais de 30 anos que faço política social, humanística e que me preocupo com as questões do mundo», sublinhou Nobre, que recusou fazer «política partidária», garantindo que nunca o fará.

Afirmando que nunca deixou de ser médico «estivesse onde estivesse», o presidente da AMI realçou que os médicos têm «como vocação defender a vida».

«Nós formamo-nos para tentar salvar vidas. As balas matam. Isso tem que cessar e vai cessar se toda a profissão médica do planeta se erguer e fazer-se manifestar claramente, não se acomodando com esses absurdos tremendos que violentam as nossas consciências», realçou.

Fernando Nobre disse ainda que «se um médico não tiver a componente humanista extremamente enraizada não é seguramente um médico, é apenas um técnico e um técnico será facilmente substituível daqui a poucos anos».

«Nós médicos, antes de sermos técnicos de saúde, seja em que parte do mundo for, somos cidadãos. Essa é a minha convicção inabalável. E só se formos excelentes cidadãos é que somos excelentes médicos», sustentou.