Portugal pode apostar no turismo residencial - TVI

Portugal pode apostar no turismo residencial

Casas de Portugal

Portugal tem potencial para desenvolver o turismo residencial.

Relacionados
Mas é necessário avançar condições para o investimento, como a criação de uma estrutura para acompanhar os projectos, defendeu hoje o responsável da consultora ILM.

Em declarações, Andrew Coutts referiu que há investidores, nomeadamente estrangeiros, interessados em apostar neste sector em Portugal, e alguns até já têm projectos, mas deparam-se com vários obstáculos, como a legislação e a obtenção de licenças.

«Não há falta de dinheiro para investir, há muitos projectos de qualidade pensados, nomeadamente por investidores estrangeiros, mas falta, sim, a parte do governo, ou seja, criar as condições para o desenvolvimento dos empreendimentos», defendeu o responsável.

Dar aos investidores o ambiente propício para a sua actividade, algo para que, aliás os empresários, tanto nacionais como estrangeiros, vêm chamando a atenção há algum tempo, pode implicar algumas alterações na legislação, admitiu o presidente executivo da ILM.

«É preciso passar a mensagem ao governo de que existe procura para este produto, mas a oferta apresentada tem de ser a correcta, ter um posicionamento adequado, com qualidade, para dirigir-se aos segmentos» onde existe mais interesse, referiu.

No entanto, o turismo residencial já foi contemplado no Plano Estratégico Nacional para o Turismo (PENT), apresentado em Janeiro, pois está entre os 10 produtos prioritários definidos pelo governo.

Para analisar as possibilidades do sector, a consultora ILM e a THR organizaram a conferência «Turismo Residencial, que futuro?», que irá decorrer no dia 26 de Maio, em Óbidos.

O encontro pretende ser uma oportunidade para «conhecer as oportunidades e ameaças inerentes ao desenvolvimento do produto turismo residencial em Portugal» através da troca de informações e opiniões entre especialistas nacionais e internacionais.

Andrew Coutts referiu que não é possível ter dados quantificados acerca do peso desta área do sector turístico em Portugal.

Mas, «sabe-se que no Algarve existem muitos casos de estrangeiros a passar longas temporadas por ano, muitos deles com casa própria, ou de resorts em que a aposta é a venda de segundas casas, ou casas de férias para residentes no estrangeiro», disse.

Naquela região, não existem só resorts, mas também podem encontrar-se aldeias e vilas, no interior, onde alguns estrangeiros já têm casas de férias, e onde poderão ser avançados mais projectos, focados em áreas específicas de interesse, como o golfe.

Além do Algarve, onde esta forma de turismo já existe há alguns anos, outras regiões portuguesas, como o Oeste, o Alqueva, a costa alentejana ou mesmo a zona de Cascais e Estoril, possuem as características adequadas ao seu desenvolvimento.

Apesar de chamar a atenção para a importância de apostar em qualidade, Andrew Coutts sublinhou que isso não significa criar só empreendimentos de luxo porque não há mercado para muitos projectos.

O responsável da ILM citou um estudo internacional para dizer que num universo de 230 mil residentes no Reino Unido e Irlanda, Portugal é o segundo local de escolha para compra da segunda residência, fora do país.

No ano passado, a consultora Kight Frank estimou um crescimento de 10% para o turismo residencial, a nível mundial até 2010, enquanto em Espanha as receitas geradas atingiam 4,5 mil milhões de euros.

Em Portugal, as condições climatéricas, os atractivos naturais como as praias, a cultura e um povo simpático são alguns dos pontos realçados pelo presidente executivo da ILM como vantagens para o desenvolvimento do turismo residencial.

Aliás, para Andrew Coutts, Portugal «tem as mesmas ou mesmo melhores condições físicas que a vizinha Espanha» para apostar no sector.
Continue a ler esta notícia

Relacionados