O presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), João Passos, disse hoje à agência Lusa que este «pode ser o caminho para a construção de uma grande casa do turismo».
No entanto, não deixa de chamar a atenção para a preocupação com a orgânica a ser escolhida para o instituto, as pessoas que o dirigirão e o orçamento que lhe cabe, factores dos quais vai depender a sua actuação.
Em comunicado, a Confederação do Turismo Português (CTP) defende que, na medida em que visa a reestruturação da administração central, a vontade do PRACE «tem sido e continuará a ser aplaudida».
Porém, a CTP considera «totalmente inaceitável que, sob o pretexto da reestruturação, se absorvam todas as competências e organismos públicos na área do turismo para uma única entidade».
É que, «seguramente» esta opção «não garante a eficiência e a eficácia dos serviços e o papel do Estado no desenvolvimento da actividade turística».
O novo modelo proposto pelo PRACE é referido como «representando um desprestígio para a actividade económica do turismo».
Para a CTP, conduzir uma verdadeira estratégia para o turismo em Portugal «implica sério investimento por parte dos organismos públicos que o tutelam e não uma mera política de redução de custos das estruturas respectivas«.
Já o presidente da APAVT critica a actuação do governo de José Sócrates na área do turismo dizendo que gostaria que o sector voltasse a ter a posição que já teve no passado, e reafirma a defesa da criação de um ministério para o turismo.
As críticas alargam-se à «falta de peso político do secretário de Estado», Bernardo Trindade.
«Este governo subalternizou o turismo e o secretário de Estado não tem sido o que esperávamos«, referiu o responsável, acrescentando que «as coisas não funcionam e não vai ser só a existência do novo Instituto que resolve tudo».
Por outro lado, João Passos salienta a necessidade de ouvir os agentes económicos do sector, classificando de «surrealista» o facto de o governo ter elaborado o PRACE sem qualquer consulta às associações.
Acerca do desaparecimento da Inspecção-Geral do Jogo da nova macro-estrutura do Ministério da Economia e Inovação, o presidente da APAVT salienta não conceber uma situação em que o jogo saia da tutela do turismo.
O Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE) apresentada na quinta-feira, aponta para a criação do Instituto Português do Turismo (IPT) fica como estrutura única para o sector, extinguindo-se a Direcção-Geral e o Instituto de Formação Turística.
Concentração dos organismos do turismo num só é «inaceitável»
- Redação
- Lusa/BP
- 31 mar 2006, 21:05
A concentração dos organismos públicos do turismo numa só entidade pode ser positiva, dependendo da orgânica e dos dirigentes escolhidos, segundo a associação das agências de viagens, mas é «inaceitável» para a Confederação do sector.
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