Carnaval: carro do holoucasto proibido - TVI

Carnaval: carro do holoucasto proibido

  • Portugal Diário
  • 31 jan 2008, 19:15
Foto de Rafa Andrade retirada do site <i>Flickr</i>

Escola de samba fez esculturas de pessoas mortas, nuas e empilhadas

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A justiça brasileira proibiu que o carro alegórico da escola de samba Viradouro, que representa o holocausto, desfilasse neste carnaval. A decisão judicial foi conhecida esta quinta-feira, noticia a Globo. A juíza que apreciou o caso proibiu também o desfile de qualquer elemento que caracterize Hitler.

O advogado da Federação Israelita do Rio, Ricardo Brajterman, explicou que a acção judicial foi interposta depois da Federação ter lido a sinopse do desfile da Viradouro, no site da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa). Os representantes ficaram indignados quando constactaram que uma das figuras era Hitler que iria aparecer num carro com esculturas de pessoas mortas, nuas, empilhadas.

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«A federação soube do carro pela imprensa e tentava uma solução educativa com a escola, como a colocação de uma faixa ou uma placa com os dizeres «Holocausto nunca mais» para contextualizar o carro desfile. Mas ao saber que teria um sambista representando Hitler, a federação considerou uma falta de respeito não só com os judeus, mas também com os homossexuais, ciganos e todos os outros segmentos da sociedade que foram perseguidos pelos nazist», explicou Brajterman.

A juíza responsável pela decisão determina ainda que a escola seja multada em 200 mil reais, caso insista em desfilar com a alegoria e com as esculturas dos corpos empilhados. Brajterman explica que a Viradouro poderá desfilar com as esculturas cobertas.

No despacho, a juíza dá a entender que o carnaval não é o espaço ideal para discutir as barbáries do holocausto. «O carnaval brasileiro, especialmente na Cidade Maravilhosa, é um evento mundialmente conhecido, esperado e transmitido por diversos veículos de informação dentro e fora das fronteiras do país. Apesar de, em sua essência, pretender passar alegria, descontração e alertar a população sobre factos importantes que ocorreram e ocorrem através dos anos, um evento de tal magnitude não deve ser utilizado como ferramenta de culto ao ódio, de qualquer forma de racismo, além da clara banalização dos eventos bárbaros e injustificados praticados contra as minorias, especialmente cerca de seis milhões de judeus (diga-se, muitos ainda vivos) liderados por figura execrável chamada Adolf Hitler».

A assessoria da escola foi contactada, mas segundo a Globo ainda não houve qualquer reacção.
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