Envenenado? Exumados restos mortais de Yasser Arafat - TVI

Envenenado? Exumados restos mortais de Yasser Arafat

Palestiniano pode ter sido envenenado com polónio-210, substância encontrada nos seus pertences

Os restos mortais do histórico líder palestiniano Yasser Arafat foram exumados esta quarta-feira para que especialistas forenses internacionais possam investigar novas pistas que indiquem as causas da morte, revelaram as autoridades palestinianas.

Suspeita-se que Yasser Arafat, falecido em 2004, aos 75 anos, tenha sido envenenado. O líder palestiniano faleceu num hospital de Paris, país que encetou um processo para apurar as causas da sua morte depois de investigadores suíços terem descoberto níveis elevados de polónio-210, uma substância radioativa que pode matar, na roupa do político.

Os médicos apontaram como causa da morte um ataque cardíaco resultante de problemas sanguíneos.

Os restos mortais de Arafat foram retirados do mausoléu na cidade de Ramallah e transportados para uma mesquita nas proximidades onde médicos palestinianos irão recolher amostras dos ossos, dados que de acordo com o Islão só os muçulmanos podem lidar com os restos mortais de muçulmanos.

As amostras recolhidas serão entregues a legistas estrangeiros ¿ franceses, suíços e russos - que irão proceder a análises nos seus países. Antes da exumação, o responsável palestiniano pelas investigações, Tawfik al-Tirawi, disse aos jornalistas que estava autorizado a assistir à retirada dos restos mortais, tendo justificado porque razão o momento não foi acompanhado pelos media.

«Por causa da santidade de um símbolo e da santidade do momento, não deve ser autorizada perante os jornalistas», disse à Associated Press o antigo chefe dos serviços secretos palestiniano.

Muitos palestinianos acreditam que Arafat terá sido envenenado por Israel por ser um entrave ao processo de paz que o levou a prisão domiciliária. Israel tem negado veementemente qualquer envolvimento com a morte de Arafat.

Yasser Arafat foi presidente da Autoridade Palestiniana durante 35 anos, tendo adoecido dentro do seu quartel-general, a Muqataa. Foi levado para um hospital militar, em Paris, tendo aí falecido a 11 de novembro.

Não são frequentes as mortes por polónio. O antigo espião russo Alexander Litvinenko faleceu em 2006, em Londres, devido a esta substância. Figura incómoda do governo russo, as autoridades britânicas acusaram Andrei Lugovoi, um ex-agente do KGB, de lhe envenenar o chá.
Continue a ler esta notícia

EM DESTAQUE