Descoberta proteína protectora da memória - TVI

Descoberta proteína protectora da memória

  • Portugal Diário
  • 21 ago 2007, 14:22

Trabalha como uma «máquina» e pode apagar recordações traumáticas

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Cientistas israelitas descobriram que existe uma proteína que trabalha como uma «máquina» em miniatura para manter viva a memória, podendo também apagá-la, noticia a Lusa.

A descoberta foi feita pelo professor Yadin Dudai, chefe do Departamento de Neurobiologia do Instituto de Ciências Weizman, na cidade israelita de Rehovot, e pela sua colaboradora Reut Shema, informou hoje o porta-voz do centro, Yvsam Azgad.

Yvsam Azgad salientou que este trabalho pode «contribuir para o fortalecimento da memória de pessoas velhas e que sofreram problemas por acidentes», podendo também aplicar-se para erradicar recordações traumáticas.

Memória é dinâmica e não algo estático

Os cientistas trabalharam segundo uma hipótese do investigador norte-americano do Downstate Medical Center, Todd Sacktor, que amestrou ratos de laboratório para rejeitar certos sabores.

Todd Sacktor injectou-lhes uma droga capaz de bloquear uma proteína específica do cérebro associada à memória dos sabores, a PKN, e de imediato os ratos esqueceram o que tinham aprendido.

Esta enzima encontra-se nas sinapses, os pontos de união funcional entre as células nervosas (neste caso neurónios), e é capaz de modificar alguns aspectos da estrutura deste contacto.

Para isso deve estar sempre activa, de forma a reter as mudanças que se tenham produzido, como por exemplo a aprendizagem que se incorpora na memória.

Devido a este factor, os cientistas concluem que a memória é dinâmica e não algo estático.

Memória pode ser apagada

Dudai e Shema deduziram que «silenciando» a PKN, situada na união dos neurónios, poderiam reverter as mudanças produzidas pela enzima.

Com a aplicação da droga para anular o efeito da enzima, comprovaram que os ratos treinados para rejeitar certos sabores esqueceram o aprendido e todos os sinais indicam que as «más memorias» em relação aos paladares incutidas pela aprendizagem desapareceram um mês depois do adestramento.

Segundo o porta-voz do Instituto, trata-se da primeira demonstração de que a memória pode ser apagada depois da sua formação, o que pode abrir caminho a futuros tratamentos em caso de problemas de memória e a possibilidade de desenvolver fármacos que possam estimulá-la e estabilizá-la.
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