«É tempo de mudar o foco em relação ao que precisamos para manter Londres segura. Já não temos os recursos para conduzir inquéritos especiais em todo o mundo que nada têm a ver com Londres», afirmou Tully, de acordo com David Jones.
O Met tem atualmente uma equipa dedicada ao caso, constituída por 31 agentes, num momento em que vê o seu orçamento a ser alvo de vários cortes. A equipa ocupa um grande escritório em Londres, onde tem passado os últimos quatro anos a rever e a analisar os mais de 5000 documentos das autoridades portuguesas. Os investigadores já foram pelo menos 33 vezes a Portugal, neste período.
John Tully afirmou que ouviu muitos «rumores de descontentamento» sobre o facto dos meios da polícia continuarem a ser desviados para este caso, que, destacou «aparentemente» nada tem a ver com Londres.
«Num momento em que a polícia enfrenta um pico de investigações relacionadas com homicídio, não é surpreendente que haja ressentimento em relação ao facto de muitos meios estarem a ser desviados para um caso que não tem, aparentemente, nenhuma ligação com Londres.»
As declarações de Tully terão reacendido o debate em relação a este caso tão mediático. De acordo com David Jones, há quem considere que a investigação deve continuar a qualquer custo. Amigos e familiares da família McCann terão mesmo acusado o responsável de falar fora de timing e de usar o caso para vender a agenda da polícia. No entanto, há um outro lado que se começa a fazer notar cada vez mais e que apela ao fim das diligências.
No artigo publicado no «Daily Mail», David Jones destacou que a investigação já custou cerca de 10 milhões de libras (mais de 13 milhões de euros) às autoridades britânicas, mas que, apesar do investimento elevado, as conclusões retiradas foram muito poucas e, passados oito anos, não chegou a «lado nenhum».
Madeleine McCann desapareceu na Praia da Luz, em maio de 2007, quando os pais jantavam num restaurante perto do alojamento.
Desde então, a tragédia tem frequentemente feito as capas de órgãos de comunicação britânicos.