China e EUA disputam nova corrida espacial - TVI

China e EUA disputam nova corrida espacial

  • Portugal Diário
  • 4 out 2007, 09:20

Chineses poderão chegar à Lua antes de os americanos conseguirem lá regressar

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Meio século depois dos soviéticos terem lançado o primeiro satélite artificial e levado o homem ao espaço, a corrida disputa-se hoje entre Estados Unidos e China, que poderá chegar à Lua antes de os americanos conseguirem lá regressar.



A previsão é do administrador da NASA Michael Griffin e foi conhecida quando se assinalam os 50 anos do lançamento pela então União Soviética do Sputnik, o primeiro satélite artificial, uma bola de 83 quilos que apenas fazia «bip, bip, bip» mas que acabaria por marcar o início da «idade do espaço».



«Acredito que a China vai chegar à Lua antes de nós conseguirmos lá regressar. Acho que quando isso acontecer os americanos não vão gostar», disse Michael Griffin, admitindo antecipadamente a derrota do único país que até hoje conseguiu fazer andar um homem na superfície lunar.



As declarações de Griffin alarmaram a comunidade espacial norte-americana e estão já a marcar as comemorações do 50 aniversário da agência espacial, no próximo ano.



A NASA tem como prazo limite para regressar à Lua o ano de 2020, mas avolumam-se os indícios de que a China se prepara para tentar ganhar a corrida.



Os chineses esperam lançar, previsivelmente até final do ano, uma sonda lunar, à qual poderá seguir-se um desembarque e, em 2017, uma missão robótica.



A China, que se tornou há apenas quatro anos no terceiro país a lançar uma nave espacial tripulada, aspira a construir a sua própria estação orbital bem como a lançar uma missão à Lua dentro de 10 ou 15 anos.



«Os Estados Unidos são tecnicamente mais avançados. Concerteza poderíamos ir à Lua mais rápido que os chineses, mas não temos a vontade política e, consequentemente, os recursos necessários», disse Joan Johnson-Freese, directora do departamento nacional de segurança.



A contenção orçamental abrandou o ritmo de conquista espacial da NASA que, se conseguir levar uma nova missão à Lua em 2020, o fará 16 anos depois de o presidente George W. Bush ter estabelecido este objectivo.



Trata-se do dobro do tempo que mediou entre a altura em que o presidente Kennedy lançou o desafio em 1961 e o ano em que Neil Amstrong e Buzz Aldrin pisaram a Lua em Julho de 1969.



«A missão Apollo era um programa da Guerra Fria. Era mais um programa de guerra do que uma nave», disse Joan Johnson-Freese, lembrando que, nessa altura, americanos e soviéticos partiam da mesma posição.



«Os chineses começaram a meio da curva de conhecimento e pediram emprestado o projecto da sua nave aos russos», acrescentou.



A Rússia, que liderou a corrida ao espaço com o lançamento do satélite Sputnik, a 04 de Outubro de 1957, e o primeiro homem no espaço, Yuri Gagarin, em 12 de Abril de 1961, não é o mesmo concorrente de antes do desmantelamento da União Soviética e, as expectativas, é que faça equipa com os Estados Unidos na conquista do espaço.
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