Dois dias depois de ter sido libertada da prisão domiciliária, Aung San Suu Kyi diz, numa entrevista à BBC, que seu objectivo é uma revolução pacífica em Myanmar.
Numa entrevista na sede National League for Democracy - Liga Nacional para a Democracia, San Suu Kyi afirma que tem a certeza que a democracia chegará à Myanmar, eventualmente, embora ela não saiba quanto tempo levará até que aconteça.
A libertação de San Suu Kyi ocorreu seis dias após as primeiras eleições, em 20 anos, em Myanmar.
Venceu as eleições o Union Solidarity and Development Party - USDP - o maior partido apoiado pelos militares, mas rapidamente, as eleições foram denunciadas por fontes ocidentais como não sendo nem livres, nem justas.
A entrevista dada ao correspondente da BBC não teve quaisquer constrangimentos, ainda que as autoridades estivessem atentas não interfiram.
Aung San Suu Kyi insiste que não pretende uma revolução violenta, a própria palavra revolução lhe parece inapropriada, ela não pretende mudanças radicais, está disponível para conversar com os generais no poder de forma a obter mudanças que possam servir melhor o país.
No entanto, acredita no fim não-violento do regime militar. «Eu acho que temos que tentar que isso aconteça ... Revolução de Veludo soa um pouco estranha no contexto das forças armadas, mas uma revolução não-violenta... vamos colocar as coisas dessa maneira»
Aung San Suu Kyi confirmou que ela não está sujeita a quaisquer restrições à sua liberdade, mas que está totalmente preparada para assumir as consequências se o governo militar decidir alterar a sua decisão com base no que ela disser ou fizer. Tranquila, San Suu Kyi, diz não ter medo.
A Prémio Nobel da Paz passou 15 dos últimos 21 anos detida. Foi libertada no sábado, quando terminou o prazo da última prisão domiciliária a que foi condenada.
No domingo, milhares de simpatizantes, eufóricos, ouviram o seu apelo, pedindo ao povo birmanês para se unir.
Na região, as nações asiáticas reagiram à sua libertação com diferentes níveis de entusiasmo, mas são muitos os que acreditam que a contribuição da Prémio Nobel da Paz para a democratização do regime é importante.
Alguns analistas sugerem que a libertação de Aung San Suu Kyi levará a uma mudança nas sanções contra o comércio e os investimentos em Myanmar e que papel de liderança da China na economia da região poderia assim ser contestado.
Há dois dias em liberdade, Aung San Sun apela a «uma revolução pacífica»
- Redação
- 15 nov 2010, 16:41
A dirigente do movimento pró-democracia acredita que um regime mais livre e democrático acabará por chegar a Myanmar, só não sabe quando
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