Moçambique: cheias afectam 56 mil pessoas - TVI

Moçambique: cheias afectam 56 mil pessoas

  • Portugal Diário
  • 7 jan 2008, 15:20
Mau Tempo

13 mil estão desalojados no centro do país, segundo dados da UNICEF

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Perto de 56 mil pessoas foram afectadas, 13 mil das quais desalojadas, pelas cheias no centro de Moçambique, anunciou esta segunda-feira a UNICEF, que afirma estar a preparar os seus meios no terreno para fazer face à emergência.

«As cheias atingiram algumas das comunidades mais pobres e vulneráveis, portanto a nossa principal prioridade é melhorar as condições de vida das pessoas que foram deslocadas - metade das quais são crianças», afirma Leila Pakkala, chefe da delegação moçambicana do Fundo das Nações Unidas para as Crianças (UNICEF, na sigla em língua inglesa), em comunicado divulgado em Maputo.

Leila Pakkala adianta que a situação, que já levou o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) e Moçambique a declarar o nível máximo de alerta no centro do país, está a ser acompanhada de perto pela UNICEF, em conjunto com a Cruz Vermelha e outras organizações não-governamentais.

Rios Zambeze, Púnguè, Buzi e Save

As maiores subidas no nível das águas registam-se nos rios Zambeze, Púnguè, Buzi e Save, no centro do país.

A UNICEF afirma ter já deslocado especialistas para o terreno, que actualmente se encontram na província de Sofala e nos próximos dias irão a Tete e Manica.

A missão destes especialistas é «identificar as necessidades mais urgentes das crianças e das suas famílias» nas zonas afectadas, segundo o comunicado.

Emergência e auxílio

Além disso, está a ser preparada a distribuição de auxílio de emergência, nomeadamente cantis de água potável e equipamento de purificação de água, material de higiene e saneamento, redes mosquiteiras de longa duração, tendas e materiais educacionais em grandes quantidades.

Desde o princípio da noite de domingo, a HCB aumentou as suas descargas de 5.100 para seis mil metros cúbicos por segundo, enquanto o Zimbabué, Malaui e a Zâmbia continuam a ser fustigadas por chuvas torrenciais, cujas águas são encaminhadas para rios moçambicanos.

Segundo a Administração Regional de Águas (ARA-Zambeze), a região centro de Moçambique deverá atingir, ao longo desta semana, a fase mais crítica das inundações e o INGC anunciou, em comunicado, que «até ao momento, mais de 300 pessoas foram resgatadas, mas outras cinco mil pessoas continuam em risco de vida nas cinco zonas da foz do Zambeve».

A directora da ARA-Zambeze, Cacilda Machava, descreveu à Lusa como «crítica» a situação que se vive naquela região, mas assegurou que as autoridades estão a fazer a devida monitorização.

285 mil pessoas afectadas no ano passado

No ano passado, um número estimado de 285 mil pessoas foram afectadas pelas cheias ao longo do vale do rio Zambeze. À medida que os níveis crescentes das águas causados pelas chuvas torrenciais inundava as áreas baixas, cerca de 100 mil pessoas encontraram abrigo nos centros temporários de acomodação.
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