Optimus Alive!10: The xx e o enigma da multidão sossegada - TVI

Optimus Alive!10: The xx e o enigma da multidão sossegada

Banda sossegou o público com a sua música calma

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Por vezes, nos festivais não há forma de chegar a horas a um concerto porque a multidão não facilita a passagem de um palco a outro. E quando se trata dos britânicos The xx, o melhor é não ficar a ouvir mais um bocadinho de Alice in Chains porque os lugares esgotam aqui tal como aconteceu em Maio no concerto da Aula Magna.

Neste caso, o sítio mais fácil para um jornalista assistir ao concerto entre a multidão acabaria por ser em cima de uma mesa. Ganhou-se em altitude, mas não tanta quanto os muitos que já se empoleiravam nas grades da cobertura na estrutura do palco, bem mais acima. Apanhavam-se as imagens que um dos ecrãs ia passando. Tudo pelos The xx e pela espiritualidade que transmitem. Na multidão há alguém que passa com uma t-shirt que diz «Woodstock». Quase de propósito.

Com actuação marcada no cartaz do palco secundário para as 22h25, entre os enérgicos agudos de Florence Welch e o electropop de La Roux, a banda britânica mostrou ser um daqueles fenómenos difíceis de explicar num festival - não se dança, não se fala. Há apenas uma espécie de contemplação a querer arranhar alguma coisa dos míticos Joy Division. Mas ainda não chegaram lá.

A música é muito competente, repleta de acordes que parecem metáforas bíblicas, no sentido sagrado que só muito talento pode conter. «Crystalised», «VCR» ou «Teardrops» expressam isso mesmo e foram alguns dos temas que inspiraram a multidão a uma paz de corpos sossegados, onde só houve afectos para a bebida que se esvaziava nos copos de plástico e, pelo menos num caso, para a garrafa de litro e meio de água que cedeu lugar a um licor Beirão partilhado em grupo - como um cachimbo de povos indígenas.
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